Em 1999 a Konami lançava algo fora do comum para o que costumava fazer, mas algo comum para a época. Com o sucesso de Resident Evil, muitos jogos parecidos com a franquia da Capcom surgiram, mas num geral não passavam de cópias genéricas do jogo de Survival Horror. A Konami, no entanto, foi capaz de quebrar esta sequências horrível de lançamentos e trouxe uma de suas franquias mais famosos ao mundo: Silent Hill. Inspirado, mas bastante diferente de Resident Evil.
Quer mês melhor pra lembrar esta clássico do que Outubro?
Limitações
Silent Hill tinha uma ideia diferente da proposta da franquia de zumbis que era apostar mais no terror psicológico. Enquanto que em Resident Evil seu medo era o de morrer e não das criaturas ou cenários, em Silent Hill toda a atmosfera e o desconhecido assustam. Grande parte deste “desconhecido” vem da marca mais famosa da franquia: A neblina. Vinda de uma limitação técnica do PS1, incapaz de renderizar todo o mapa da cidade de uma única vez, a neblina permitia que o mapa fosse surgindo conforme você andava. Sem ela, você veria o cenário surgindo ao longe e além dele tudo seria um vazio completo.
Tal gambiarra se tornou um artifício da tensão, que é talvez a palavra que resuma a jogabilidade de Silent Hill. A todo momento, o silêncio, o som, o simples chiado do rádio lhe causam sustos, lhe deixam atento. Os diferentes sons feitos pelos inimigos incomodam e depois de algum tempo de jogatina podem até mesmo estar em seus sonhos – brincadeira, ou não.
A inspiração
Como eu disse antes, a inspiração do jogo veio de Resident Evil e grande parte disso pode ser sentido na jogabilidade. Quem jogou Resident Evil, sabe jogar Silent Hill. Todavia, a atmosfera sobrenatural do game é que dá a identidade ao jogo. Os puzzles, o cuidado com as munições, os chefes, tudo lembra lembra a jogabilidade aplicada na série de zumbis logo de cara, mas com o tempo você esquece isso. Nesse quesito, dá até pra dizer que Silent Hill se inspirou muito mais em Alone In The Dark (inspiração do próprio RE) do que na franquia da Capcom.
Totalmente fora da inspiração de RE está a câmera. Como mencionei acima, o jogo vai renderizando conforme você anda e não utiliza os famosos cenários pré-renderizados. Isso evita constantes interrupções ao atravessar portas, etc e permite um ângulo fixo da câmera. Há um claro prejuízo gráfico na opção, porém há também vantagens. Uma delas é a mira, que se torna muito mais eficiente, além de evitar os pontos cegos. Pode incomodar um pouco a constante impressão de que o cenário está se movendo, como se alguns componentes fossem feitos de gelatina às vezes. A câmera constantemente fica em lugares semi-fixos quando entramos em cenários pequenos, e é aí onde mais falha, muitas vezes atrapalhando o jogador pelas mudanças bruscas e inconstantes.
História
Confesso que pouco entendo da história de Silent Hill. À época em que joguei, além de não ser da geração do PS1, eu não possuía qualquer conhecimento em inglês. Acredito que a maioria dos fãs do game na época também não e graças a isso a história ficava um pouco da lado. Todavia, pesquisando e re-jogando deu pra ter uma ideia melhor. O primeiro filme de Silent Hill leva muito do que o jogo tem a sério e isso é bastante interessante. É um exemplar bastante raro de adaptações de games. A razão do filme sair bom? A historia do jogo também é.
Muito mais focada no sobrenatural, temos uma verdadeira história de terror, na verdade, participamos de uma. Há o desconhecido, há os cenários alternativos, quando os inimigos aparecem em locais fechados. Acompanhamos a busca de Harry Manson em busca de sua filha desaparecida, Cherryl. Há todo um envolvimento entre a criança, Harry, os inimigos, a neblina e a cidade. Há, Internet a dentro, ISO’s do jogo legendado e até dublado, para quem quiser acompanhar a história dele. Mesmo sendo antigo, vou evitar spoilers, pois vale a pena jogá-lo acompanhando seu enredo. É um outro jogo, melhor ainda.