The Evil Within 2 – Análise
Ano: 2017 |
Título Original: The Evil Within |
Plataformas: PC / Xbox One / Playstation 4 |
Avaliação: ★★★★☆ (Excelente) |
The Evil Within 2 é a sequência direta do primeiro jogo da série desenvolvida pela Tango Gameworks, e publicada pela aclamada Bethesda.
Para muitos, o primeiro jogo foi considerado uma grata surpresa ao sempre criticado gênero Survival Horror. Isto porque ao assumir o papel do detetive Sebastian Castellanos, e munido de pouquíssimos recursos, o jogador se via muitas vezes encurralado, e precisava pensar muito antes de gastar uma bala sequer. Some-se a isso os infindáveis sustos e tensão, que faziam com que os marmanjos jogassem de luz acesa, e tínhamos uma fórmula de sucesso, tão conhecida pelo então diretor Shinji Mikami.
Nessa sequência, Shinji passou a cadeira de diretor para John Johanas, e assumiu a produção executiva.
Mas será que o jogo conseguiu igualar e suplantar seu antecessor? É o que analisaremos a seguir.
História.
The Evil Within 2 tem no seu enredo um dos pontos altos.
Após escapar dos incidentes ocorridos no hospital psiquiátrico Beacon, Sebastian se afundou nas bebidas por perder tudo o que lhe importava: sua esposa, Myra, e sua filha, Lily. E é justamente em um bar que ele encontra uma velha conhecida: Juli Kidman, sua ex colega de trabalho e agente da organização MOBIUS.
Kidman aparece após muito tempo com uma informação chocante: Lily, que inclusive foi enterrada por Sebastian, ainda estava viva dentro do sistema STEM. Mais: era a responsável pela existência do sistema, mas devido a um colapso interno, corria perigo, e o único que podia salvá-la era Sebastian, que já havia se aventurado pelo STEM anteriormente.
Sem muita escolha, Sebastian adentra novamente o sistema, que lhe causou tantos traumas e pesadelos. Kidman então assume um papel de guia do herói, o ajudando no decorrer de sua jornada do lado de fora do sistema.
No decorrer de seu progresso, Sebastian descobre diversas coisas que ajudam o jogador a entender tudo o que ocorreu no primeiro The Evil Within, e dão sentido e desfecho digno para a história. Como todos poderão notar, entretanto, ainda há espaço para uma continuação.
Jogabilidade e mundo aberto
A jogabilidade de The Evil Within 2 é muito parecida com a do primeiro jogo da série. Por este motivo, velhos conhecidos de Castellanos não terão problemas em se adaptar. Alguns elementos novos são inseridos, como o rádio de Sebastian, que o comunica com Kidman e serve para que ele capte sinais de missões principais e secundárias ao redor do mapa, por exemplo.
Por falar em mapa, The Evil Within 2 é infinitamente maior que seu antecessor, e considerado inclusive de mundo aberto. Por vezes o jogador irá se “perder” no mapa e desviar sua rota das missões principais, o que torna o jogo instigante e nada enfadonho.
Tudo bem que alguns sinais são genéricos, como “andar até determinado ponto do mapa para achar um agente da MOBIUS caído com algum item em seus bolsos”. No entanto, a maioria das missões paralelas captadas pelo rádio ajudam o jogador a entender melhor o enredo e também a conseguir itens valiosos, que o auxiliarão em sua jornada.
O mapa grande e a quantidade de missões e itens também são um convite a quem queira revisitar o jogo, a partir do famoso “Novo Jogo +”, em que o jogador inicia com os itens e progresso já conquistados após a conclusão do jogo.
Ainda sobre a jogabilidade, alguns pequenos problemas não foram consertados, como por exemplo, o manuseio confuso da besta de Sebastian. Isso se torna muito claro no momento da batalha contra Laura, a irmã mais velha de Ruvik, que reaparece neste jogo. Mas nada que incomode a ponto de o jogador se irritar por demais e cogitar abandonar o título.
Gráficos e dublagem
Os gráficos de Evil Within dois não são memoráveis, mas com certeza são bem feitos e não deixam a desejar. As expressões de Sebastian, Lily e Stefano (dedicaremos um capítulo a ele adiante, pois ele merece) são vivas e bem trabalhadas. Além disso, o jogo conta com uma dublagem competente para o português do Brasil, com palavrões (sim, “vai se foder” e não “vá catar coquinhos”) e entonações que demonstram muito esmero.
Um vilão mal aproveitado
Stefano Valentini, caros leitores, talvez seja o maior vilão de jogos de horror dos últimos tempos, e por isso merece um capítulo à parte. Infelizmente, contudo, foi muito mal aproveitado pelos desenvolvedores e narradores do jogo.
Excêntrico, carismático, sádico e elegantemente amedrontador, Stefano é um ex fotógrafo de guerra, que teve o olho direito perdido em um episódio traumático ao fotografar em combate. O impacto do tiro que lhe tirou a visão também afetou seu cérebro, e aí teve início sua insanidade.
Amante da arte, Stefano passou a crer que o ápice da beleza artística estava em fotografar o exato momento da morte das pessoas. Segundo ele mesmo: “a carne é o pincel, o sangue é a tinta, e este mundo sua tela.”
Levado ao STEM para que se analisasse sua mente psicopata, Stefano fugiu ao controle da organização MOBIUS, e passou a ser o grande antagonista do jogo. Com controle sobre o tempo, uma faca e uma câmera, Stefano proporciona momentos de muita tensão aos jogadores, que por vezes ficarão estarrecidos com sua crueldade.
Com uma história tão rica e única, The Evil Within 2 errou muito quando resolveu abrir mão de seu grande vilão para dar espaço, na parte final do jogo, a inimigos clichê, como o padre Theodore, que em nada acrescenta à história, ou em nada inova no que sempre se viu em jogos do gênero.
Uma pena.
Conclusão
Para os amantes do estilo Survival Horror, The Evil Within 2 é um dos títulos de maior excelência à disposição no mercado. Com história e vilão marcantes, mundo aberto e dublagem em português, o jogo diverte, assusta e te deixa tenso do início ao fim.
As pequenas falhas de jogabilidade e os clichês adotados a partir de determinado momento do jogo não tiram o brilho deste que é, sem dúvida, um dos grandes jogos de 2017.
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