The Messenger é, para mim e para muitos, um dos destaques dos jogos indies dos últimos anos. Primeiro jogo a ser desenvolvido pelo estúdio Sabotage, The Messenger é quase um metroidvania side-scroller de ação que bebe de fontes nostálgicas como Ninja Gaiden, Shinobi e outros clássicos da era 8-Bits e 16-Bits.
O game foi desenvolvido com muito cuidado na parte gráfica, uma mecânica ligeiramente diferente e interessante, e nota-se o carinho que tiveram em trazer muitas referências de games antigos que fizeram muito sucesso.
Claro, o jogo não é perfeito. Mas chegou bem perto de ser um dos melhores indies do ano de 2018, lançado primeiro para Nintendo Switch e PC, e em 2019 para Playstation 4.
O game ganhou recentemente uma expansão chamada Picnic Panic.
História do game – The Messenger
A história desse indie game começa em um vilarejo isolado no mundo, onde apenas ninjas vivem (os últimos sobreviventes da humanidade). Eles passam a vida treinando e se preparando para quando uma profecia antiga fosse se concretizar. Essa profecia diz que um dia os demônios irão chegar do leste e arruinar o mundo, e apenas o Escolhido poderia salvar o que resta da humanidade.
Perceba aqui a sacada da ameaça vinda do leste, sendo um side-scroller da esquerda para a direta.
Eis que nosso protagonista, cansado de treinar, treinar e treinar, toma uma chamada do ancião e fala que ele tem que parar de ser preguiçoso pois um dia os demônios voltarão. Contudo, na hora que ele fala isso, de fato os demônios invadem o vilarejo e aí começa a nossa aventura.
Nós, na pele do ninja, temos que levar uma mensagem para a montanha sagrada, no extremo oeste. Ou seja, nós somos o Mensageiro.
O jogo é muito inteligente nas tiradas, cheias de referências e muito engraçado. Principalmente os diálogos com o mercador. Aliás, parabéns também para a equipe de tradução/localização pelo excelente trabalho.
Jogabilidade – The Messenger
O jogo ensina muito bem como utilizar os comandos, parabéns para a Sabotage por trazer um tutorial bem divertido e fácil de se entender. Eles encaixaram de uma forma muito inteligente com o início da história, bem intercalado entre as dicas de movimentação, saltos, golpes e a introdução do universo
Uma mecânica que me chamou atenção e achei muito honesta foi a do pulo duplo. Normalmente, para se dar um pulo duplo, você aperta duas vezes o botão de pulo, né? Não em The Messenger, aqui você só consegue dar o segundo salto se você golpear um alvo ou um inimigo antes, e isso exige muita habilidade durante o jogo, pois é bastante explorado nas fases.
Os inimigos são normalmente derrotados com apenas um golpe, mas muitas vezes são chatos de serem abatidos. Tamanhos diferentes, habilidades diferentes e velocidades diferentes fazem com que o game não se torne massante no que tange a diversidade de inimigos.
Além disso, ao final de cada fase, você encontra um chefão. As batalhas dos Bosses são muito legais e alguns deles chegam a ser cômicos, como o gigante que lutou com você mas na realidade não era um inimigo, só revidou o seu ataque. Aliás, o design dos chefões foi está muito caprichado.
Gostei muito também da mecânica de tempo, na qual você viaja entre as “eras” 8-Bits e 16-Bits, alterando completamente a qualidade do áudio e dos gráficos, essa sacada foi genial e é muito nostálgico. Aliás, foi isso que chamou atenção no trailer antes do lançamento e me fez ficar atento a esse indie.
Além de tudo que falei acima, você também tem um sistema de evolução do personagens com novas habilidades como planar, resistência a dano, shurikens e etc. Essas habilidades você desbloqueia no mercado, que sempre tem histórias hilárias para contar.
Gráficos e Áudio – The Messenger
Os gráficos do jogo estão incríveis. A Sabotage realmente fez um bom trabalho tanto no modo 8-Bits quando no modo 16-Bits.
A sacada de passado e futuro deixa muito evidente a diferença entre as gerações, é incrível como aplicaram isso muito bem no jogo. Como uma mesma tela muda tanto de uma geração para outra.
Essa viagem no tempo não é por acaso, eles amarram o enredo e dão um salto em 500 anos no tempo. Veja nas imagens abaixo:
Os cenários são muito bem desenhados e coloridos, os inimigos também, principalmente os chefões. Só acho que a variação de pequenos inimigos poderia ser maior, alguns só mudam de cor.
A música acompanha muito bem a qualidade dos gráficos, principalmente nas transições de 8 para 16 bits.
Conclusão
The Messenger é um jogo indie que cumpre muito bem seu papel nostálgico e que ao mesmo tempo traz elementos novos de mecânica, enredo e uma boa pitada de comédia. Jogue sem medo de ser feliz, pois é um jogo que vale o preço. A dificuldade dele chega a ser alta em alguns momentos mas você pode morrer infinitas vezes que não vai ter problema. Altamente recomendado.
The Messenger foi analisado nas versões de Nintendo Switch e PC adquiridas através da EShop e Steam.