Análise da série Dickinson

Confira nossa Análise da série Dickinson que conta a história de Emily Dickinson, famosa escritora americana disponível na Apple TV.

Análise da série Dickinson

Confira aqui a Análise da série Dickinson da Apple TV+

Vamos trazer aqui a Análise da série Dickinson que conta a história da escritora americana Emily Dickinson.

Em novembro de 2019 o novo serviço de streaming Apple TV+ lançou diversas apostas de séries autorais, entre elas, Dickinson, uma série baseada na vida e obra de uma das escritoras americanas mais famosas do século XIX: Emily Dickinson.

A série inicialmente pode aparentar ser apenas mais uma biografia chata e sem sal de figuras históricas femininas, daquelas com diálogos forçados e repetitivos de empoderamento feminino branco e elitista, mas logo nos primeiros episódios vemos que será o oposto disso.

Tocando em diversas feridas e trazendo assuntos como racismo, escravatura, sexismo, sexualidade, e política, a obra vai nos revelando continuamente a real profundidade da série ao mesmo passo em que instrui tanto o espectador quanto os personagens que vivem as situações.

Sem forçar a barra, Dickinson consegue tocar em assuntos delicados com uma pitada de comédia

O humor sarcástico predomina em todos os personagens, e Emily aparece como maestra nesses momentos cravando a aparência ambígua da personagem ora melancólica, ora sarcástica.

Em sincronia com sua personalidade fora de seu tempo – que por muitas vezes nos entrega falas e gestos típicos de adolescentes do XXI – a trilha sonora logo surpreende ao quebrar as expectativas de forma instigante, com músicas desde o pop de Billie Eilish até o Hip-Hop de ASAP Rocky a obra mostra um anacronismo genial como sua marca, que calha perfeitamente com a proposta da personagem principal que viaja em seus pensamentos extremamente criativos e até mesmo alucinógenos. 

Análise da série Dickinson

Um dos momentos mais marcantes da série ocorre logo no primeiro episódio, a aparição do rapper e ator Wiz Khalifa, fazendo magistralmente o papel da Morte, personagem que aparece ao som de Bury a Friend de Billie Eilish, em uma das viagens alucinógenas que Emily vive na intenção de fugir de sua realidade. A Morte demonstra ter uma relação íntima com Emily, que diz amá-la em seus momentos de maior melancolia. 

Na época em que a trama se passa, a escravidão era uma cruel realidade nos Estados Unidos da América, principalmente na região sul do páis, a série não só faz questão de citar a luta da população negra e as perseguições que sofriam, como se aprofunda no enredo dos personagens, como acontece com Henry (Chinaza Uche) que também é escritor e ativista do movimento.

Também é válido ressaltar que apesar da conjuntura escravagista da época o elenco conta com atores negros em papéis de destaque, assim como coadjuvantes e figurantes, fazendo um contraponto ao contexto e possibilitando a representatividade de corpos negros em diferentes circunstâncias. 

Sobre a escritora Emily Dickinson

Emily Dickinson nasceu em Amherst, Massachusetts, nos Estados Unidos da América do Norte, no dia 10 de Dezembro de 1830, pouco se sabe sobre sua vida e os fatos mais marcantes sobre a escritora são que teria vivido reclusa em solidão nas últimas décadas de vida até sua morte e que teria escrito quase 1.800 poemas.

A pouca quantidade de informações sobre a escritora, ao mesmo passo que dificulta a caracterização da personagem, abre espaço para a criatividade da criadora da série, Alena Smith, que surpreende desde o roteiro e figurino, até a trilha sonora.

Solitária, Intensa e Rebelde. Essas palavras podem definir a imensidão que a personagem de Emily nos entrega ao longo da série, seja através de seus poemas íntimos e enigmáticos, seja por suas falas e atitudes.

Emily Dickinson se recusa a se encaixar nos moldes patriarcais de seu tempo, e por conta de seus privilégios (detalhe que a série faz questão de mostrar) consegue driblar a maioria deles, como por exemplo, deixar de realizar diariamente os afazeres de dona de casa para poder escrever livremente os seus poemas.

Análise da série Dickinson

Os poemas de Emily tem um lugar primordial no enredo da história, é através deles que Alena Smith e Hailee Steinfeld puderam construir a personagem, já que como dito anteriormente, pouco se sabe sobre sua vida e personalidade.

Cheios de intensidade e analogias, os poemas de Emily em sua grande maioria eram escritos para Susan Gilbert, sua cunhada, e também o seu maior amor. O par romântico é com certeza o carro chefe da série, por sua intensidade e naturalidade, as duas personagens demonstram logo de início que possuem uma conexão forte.

Mas não é a todo o tempo que a relação das duas permanece em flores, já que Susan irá se casar com o irmão de Emilly. E para saber mais sobre essa série intrigante é só assistir as duas temporadas disponíveis de Dickinson.

E essa foi a Análise da série Dickinson, para conferir mais críticas de séries e filmes, fique de olho nas nossas redes sociais Twitter e Instagram.

Isabella Mello
Capricorniana, Palmeirense obsessiva, professora de Educação Infantil e estudante da vida.

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