BoJack Horseman (5ª Temporada) Netflix – Resenha

BoJack Horseman – Resenha da quinta temporada da série original Netflix

BoJack Horseman retornou com força total!

A tão aguardada quinta temporada da animação original Netflix – uma das mais aclamadas dos últimos tempos – traz à tona os sentimentos mais profundos de seus principais personagens e o reflexo de tudo que fizeram até agora, resultando numa sequência de episódios das mais profundas.

O ponto de partida da nova temporada é o início da nova série estrelada por BoJack, Philbert, um enlatado policial que conta a estória do detetive homônimo, lutando contra o crime organizado ao lado de seu parceiro Fritz (Peanutbutter) enquanto se envolve amorosamente com Sassy, que tenta descobrir o passado do solitário protagonista.

Acontece que o seriado é, intencionalmente ou não, inspirado quase que completamente no próprio BoJack, fato este que passa a fazer com que o cavalo entre ainda mais em conflito pessoal. Seu envolvimento com Gina (que interpreta Sassy) também dá novos tons ao momento em que Bojack se encontra: mais uma tentativa de fazer com que as coisas, de alguma forma, deem certo antes que ele mesmo as sabote.

Se a quarta temporada foi responsável por revelar em maiores detalhes o passado de BoJack e seus familiares – o que justificou muito do background do personagem -, desta vez aprendemos mais sobre Diane, Mr. Peanutbutter e Princesa Carolyn que, não muito diferente do protagonista, se veem presos em um ciclo de erros e vícios que nada mais é do que a vida. Alguns episódios são dedicados exclusivamente a determinados personagens e contam com diferentes e criativas formas de narrativa.

E claro, o quadro psicológico de BoJack passa a se agravar. Entre altos e baixos, o personagem encontra nesta temporada aquele que possivelmente é o pior momento de sua vida, ilustrado pelo que pode vir a ser considerado o melhor (ou ao menos mais icônico) episódio de toda série.

É notável – e inevitável – o tom crescente de seriedade na trama ao longo das temporadas, sem deixar que o humor desapareça. Temos menos momentos de gargalhadas e muito mais “socos no estômago”. E, à altura em que já estamos envolvidos com os personagens e também, de alguma forma, identificados com seus dramas, sentimos mais as situações apresentadas e reflexões que acabam sendo expostas. Mas não se fala apenas sobre o lado ruim das situações; é, também neste ponto, que a série explora o valor da amizade e o companheirismo, de forma bastante realista.

Ainda assim, os pequenos detalhes non-sense, a acidez nos comentários e as geniais sacadas com o mundo animal da série sempre conseguem arrancar boas risadas, sem contar com Todd, que atinge o ápice de suas bizarrices nesta quinta temporada. Quem gosta do personagem provavelmente vai rir como nunca nas situações absurdas em que ele se coloca e a naturalidade com que lida com elas.

Esta temporada é também há que traz maior conexão com as anteriores – há menções a fatos até mesmo da primeira temporada, além de pequenas referências que podem passar despercebidas a quem não tem uma lembrança tão clara dos episódios passados. Há também uma boa dose novos personagens, como Gina, Pickles, Flip e o robô Henry, que também caem muito bem na trama.

BoJack Horseman atinge uma enorme maturidade em sua quinta temporada, com a maior dose de drama apresentada até o momento e uma atuação muito forte de seus intérpretes (Will Arnet merece um Emmy pelo episódio 6!). Com roteiro e direção impecáveis, a animação apresenta em seus doze episódios alguns dos momentos mais marcantes do seriado e emociona e diverte o quanto necessário. Isso sem falar da trilha sonora.

No entanto, vale sempre ressaltar que BoJack Horseman tem diferentes efeitos sobre seus espectadores, seja pelo background de vida que possuem ou pelo momento emocional em que se encontram. Ainda assim, vale sempre dar uma chance.

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Análise Crítica

Autor

Diego Betioli

Data

2018-09-25

Título Original

BoJack Horseman (5ª Temporada)

Nota do Autor

5