Dark (2ª Temporada) – Resenha

Segunda temporada prova que obra-prima da Netflix é capaz de se tornar ainda mais rica e surpreendente

Segunda temporada de Dark – Resenha da série original Netflix

Título Original: Dark
Ano: 2019
Criação: Baran bo Odar, Jantje Friese | Nº de Episódios: 08

Quase dois anos. A longa espera pela segunda temporada de Dark, da Netflix, fez muita gente perder o sono por meses a fio em suas mais diversas teorias.

Como esperado, a sequência trouxe ainda mais perguntas que respostas – o que, para aqueles que não resistem a um bom suspense e que tiveram uma sensação única ao se envolver nas confabulações sobre os ciclos temporais e as peças de seu tabuleiro, só subiu ainda mais a régua da série.

Confira a resenha da primeira temporada

Veja a análise crítica da primeira temporada

ATENÇÃO: SPOILERS ABAIXO

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A segunda temporada de Dark avança alguns meses onde cada ano dos ciclos temporais pararam, e agora dois novos ciclos se somam a trama. Temos, agora, os ciclos de 1921, 1954, 1987, 2020 e 2053 (sempre os 33 anos).

As novidades são os ciclos extremos: Jonas (o “principal”) foi enviado ao ano de 2053, onde se depara com uma realidade em que um grande desastre levou Winden ao “apocalipse” e os poucos sobreviventes vivem em um ambiente de guerra, miséria e fanatismo. Já em 1921, conhecemos mais sobre a origem de Noah e os Sic Mundus, uma espécie de seita que luta pelo domínio do tempo.

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A seita é liderada pelo tenebroso Adam, um sujeito que já atravessou todos os ciclos temporais e que deseja a consumação do apocalipse. Na outra ponta, temos Claudia Tiedemann, que deseja preservar a realidade e, por isso, trava uma guerra com os Sic Mundus pelo controle do tempo.

Jonas se vê como o grande pivô do destino – seja no passado, presente ou futuro – e suas escolhas determinarão se o apocalipse deve ou não se concretizar.

Mais fios, mais conexões

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Um dos pontos mais interessantes desta segunda parte é dar palco a personagens que não tiveram tanto brilho na primeira temporada, como Charlotte, Martha, Egon Tiedemann, Magnus, Elisabeth, Agnes Nielsen e, especialmente, Claudia – além de descobrirmos as origens e motivações de Noah, personagem até então mais intrigante da série.

O complexo desafio de conectar os personagens parece mais complicado a princípio, mas soa mais simples de se compreender que na primeira temporada, ocorrendo, para o espectador, de forma bastante natural e competente.

O competentíssimo roteiro – marca registrada da primeira temporada – se mostra, mais uma vez, um trabalho muito completo em dar relevância a tantos detalhes e personagens que poderiam facilmente ser perdidos em uma trama tão grande e audaciosa.

Filosofia hermética

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Dark se aprofunda ainda mais em diversas filosofias sobre tempo e causalidade. Embora suas bases estejam fincadas em diversos campos que vão desde Einstein a Wheeler e seu buraco de minhoca, a série explicita seus fundamentos na chamada filosofia hermética, ou hermetismo.

Trata-se de uma crença na relação mútua e infinita entre todas as coisas. Duas de suas principais leis, provindas do Caibalion (livro que, inclusive, aparece em certo episódio), são determinantes na trama: a Lei da Correspondência (“O que está em baixo é como o que está em cima; e o que está em cima é como o que está embaixo”) e a Lei da Causa e Efeito (“Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nada escapa à Lei “).

Sob esta crença se fundou o Sic Mundus de Adam, Noah e cia. (Sic Mundus Creatus Est, “Assim o mundo foi criado”, uma citação da Tábua de Esmeralda, outra série de mandamentos do hermetismo). Esta filosofia prega, portanto, que o começo está ligado ao fim, e o fim ao começo. Diante disso, se forma o grande paradoxo da série: contra ou pelo quê Jonas realmente luta? Há uma forma de parar ou controlar mesmo o tempo?

Ciclo sem fim?

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A segunda temporada de Dark nos apresenta a ainda mais possibilidades e mistérios. O que e como se dá/se dará o apocalipse? Quem está do lado “do bem” ou “do mal”? Jonas é o possível Salvador e destruidor do mundo, ou apenas um peão no tabuleiro?

Muitas perguntas seguem sem respostas, e, aparentemente, a conclusão delas só se dará no último ciclo (a terceira temporada). Entretanto, parece bem claro o quanto os acontecimentos da primeira e segunda temporada foram bem amarrados desde o princípio, e que tudo caminha para um final épico – seja ele conclusivo ou não.

É preciso rever a primeira temporada?

Recomendamos fortemente! Vídeos resumos podem ajudar, mas assistir a primeira e segunda temporada, em sequência, vai ajudar a amarrar os fatos com mais facilidade e te preparar para a tão aguardada terceira temporada.

A segunda temporada de Dark é um dos poucos e valiosos exemplos de que é possível melhorar algo que já é excelente. E isso, claro, gera expectativas enormes para seu desfecho. Aguardemos!

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ASSINATURA

ANÁLISE CRÍTICA - NOTA
Dark (2ª Temporada)
Diego Betioli
Escritor, publicitário, louco por esportes e entretenimento. Autor de A Última Estação (junto com Rodolfo Bezerra) e CEP e um dos fundadores do Meta Galáxia.
dark-2a-temporada-resenhaObra-prima da Netflix consegue ser rica e contundente em todos os seus diversos e importantíssimos detalhes.

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