The Rain – Resenha da série original Netflix dinamarquesa
Título Original: The Rain |
Ano: 2018 |
Criação: Jannik Tai Mosholt | Nº de Episódios: 08 |
Avaliação: ★★★☆☆ (Bom) |
The Rain chegou com forte apelo da Netflix aos fãs de séries situadas em realidades pós-apocalípticas, com comparações, da própria parte da companhia, a The Walking Dead e The 100. Mas com uma premissa bastante inusitada e diferente destas produções.
A série tem na originalidade da estória o grande diferencial: um experimento para curar uma doença acaba contaminando a atmosfera sobre uma grande região da Dinamarca, fazendo com que a chuva se torne contagiosa e letal.
A trama tem início quando Frederik Anderson, um funcionário da empresa responsável pelo contágio, leva seus filhos Simone (Alba August) e Rasmus (Lucas Lynggaard Tønnesen) para um bunker, isolando-os do caos que tomou as ruas e partindo em seguida, deixando-os para trás.
Simone e Rasmus passam seis anos sem contato com o mundo externo, até que, com a eminente escassez de recursos, a garota decide explorar o que há do lado de fora depois de tanto tempo. E, nessa empreitada, acaba atraindo um grupo de sobreviventes, liderado por um militar chamado Martin (Mikkel Følsgaard).
Como toda boa obra distópica, The Rain explora as relações humanas diante da extrema adversidade e o medo constante da morte. E, uma vez que a chuva é o seu maior inimigo, o temor pelo contágio se torna constante, levando em conta que simplesmente pisar em uma poça d’água pode significar o fim da vida.
Entretanto, embora comece com um plot bastante intrigante e um ritmo frenético, The Rain não consegue manter o mesmo nível de interesse em seus oito episódios e parece, a cada um deles, perder um pouco mais o foco. Decisões estúpidas passam a ser tomadas com cada vez mais frequência pelos personagens, tornando as consequências dessas ações menos relevantes para a estória. E, se não bastasse, a própria questão da chuva em si passa a se tornar algo obsoleto posteriormente.
Mas, embora o drama e suspense que pareciam poder permear toda trama decaiam, não se pode dizer que seus personagens sejam ruins. Todos os integrantes do grupo principal vão, gradativamente, tendo seu background revelado e ganhando maior importância, justificando também a forma como relacionam-se entre si.
E é impossível não ressaltar a grandeza da fotografia e direção artística da série. As imagens em tons sempre sombrios, a vastidão da Dinamarca pós-apocalíptica e o céu enegrecido quase em todo tempo em virtude da constante ameaça de chuva ajudam a criar um clima denso e a sensação de temor e solidão que tal situação propõe, bem como contextualizam com muita sutileza algumas cenas marcantes e bons diálogos.
The Rain poderia ser melhor, mas, especialmente, por decisões de roteiro pouco justificáveis, acaba decaindo aos poucos, entregando um season finale que tinha tudo para ser mais impactante. Ainda assim, não deixa de ser uma boa escolha para os amantes de obras semelhantes.
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