O sucesso do Manhwa, popularmente chamado de mangá coreano

Solo Leveling

O sucesso do Manhwa, popularmente chamado de mangá coreanos

Graças a obras como Wind Breaker e Solo Leveling, Manhwa é uma expressão que está tornando-se mais comum entre os fãs de quadrinhos – e até mesmo de animes, já que Solo Leveling receberá sua adaptação. Muitos já afirmam que Solo Leveling é a nova sensação sul-coreana!! Contudo, o que é Manhwa exatamente e como está sendo o seu sucesso? De onde surgiu?

Manhwa é um termo geral coreano para designar histórias em quadrinhos. Fora da Coreia, o termo se refere especificamente a histórias em quadrinhos da Coreia do Sul. No entanto, esta forma de arte começa a mostrar sinais de crescimento na Coreia do Norte atualmente. Ao contrário dos mangás, a leitura dos manhwas é igual a maneira ocidental graças a forma de escrita do hangul: da esquerda para direita.

Origens

Muitas vezes, é complexo sabermos ao certo as origens dos manhwas, especialmente porque cada portal (com textos em português brasileiro) traz uma origem distinta e não fácil encontrarmos livros e publicações acadêmicas em português falando-se do tema. Em buscas no Google Acadêmico, sem se importar com o idioma do texto, é mais fácil encontrarmos melhores referências sobre a origem do manhwa. Conforme o portal Manga Planet Blog:

A primeira aparição do manhwa na mídia impressa sul-coreana foi na década de 1910, durante a ocupação japonesa. A língua japonesa foi integrada na sociedade sul-coreana. Enquanto isso, cartunistas sul-coreanos criticavam os colonizadores japoneses com manhwa.
O uso do termo “manhwa” começou durante a década de 1920, quando mudou da política para desenhos infantis e ilustrações humorísticas. Sua natureza na década de 1920 era satírica. Ahn Seokju foi um dos primeiros cartunistas sul-coreanos, e sua obra de sátira Manmun Manhwa foi impressa no jornal Chosun Ilbo.
Uma revista dedicada ao manhwa chamada “manhwa segye” foi produzida à medida que o gênero se desenvolvia. Novos gêneros incluíam romance, drama e esportes. Quadrinhos e desenhos voltaram à mídia impressa sul-coreana após sua libertação da ocupação japonesa em 1945. O cartunista coreano Kim Yong-hwan contribuiu com desenhos em inglês para o Seoul Times.
O manhwa político ressurgiu após a formação da República da Coreia em 1948. Nesse mesmo ano, Kim Yong-hwan lançou a primeira revista em quadrinhos da Coreia do Sul, Manhwa Haengjin. A primeira edição gerou polêmica devido à imagem de capa inadequada. Manhwa Haengjin foi imediatamente fechado pelo governo.
Durante a guerra da Coréia, o manhwa foi utilizado para propaganda política com o objetivo de elevar o moral dos cidadãos cansados. Sua popularidade e gênero se expandiram após a Guerra da Coréia dos anos 1950 até os anos 60. Foi também o início do golpe autoritário do General Park Chung-hee. A onda de manhwa na década de 1960 levou o governo a censurar esses “materiais nocivos”. Os gêneros se expandiram apesar da forte censura do governo. Sunjeong manhwa se fez presente nessa época para atrair leitoras femininas. O gênero cômico humorístico myeongnyang ou quadrinhos felizes também ganhou destaque para neutralizar os corajosos. Quadrinhos ocidentais e mangás japoneses piratas foram as influências significativas do manhwa sul-coreano.
Na década de 1990, a Coréia suspendeu seu boicote contra a mídia japonesa, o que ajudou a influenciar ainda mais a arte e os estilos de manhwa contemporâneos de hoje. Também acabou surgindo na Coreia do Norte também na década de 1990. A contraparte norte-coreana tem um forte tom político e complexo de superioridade em relação aos países rivais.
No início dos anos 2000, a maior parte do manhwa era transferida online gratuitamente, devido ao colapso econômico sul-coreano no final do milênio, bem como à percepção negativa contra ele. Sua disponibilidade online e a popularidade dos computadores pessoais impulsionaram sua popularidade no exterior. O portal de busca sul-coreano Naver lançou o LINE Webtoon, uma plataforma online para distribuição de manhwa online.

What Is Manhwa? – Manga Planet Blog

Conteúdo cultural e direção de leitura

As histórias em quadrinhos asiáticas refletem os valores culturais e éticos de seu local de origem. Quadrinhos do leste asiático, como mangás, costumam recitar histórias de seres sobrenaturais como shinigami, como visto em títulos como Bleach e Death Note. Em contraste, o manhwa destaca a cultura de beleza coreana, exemplificada pela True Beauty, enquanto o manhua geralmente incorpora narrativas com o tema wuxia (artes marciais cavalheirescas).

Ler mangá e manhua segue um padrão distinto da direita para a esquerda, de cima para baixo. Em contraste, o manhwa é semelhante aos quadrinhos ocidentais, exigindo um método da esquerda para a direita e de cima para baixo. Os quadrinhos digitais têm um layout de cima para baixo com rolagem infinita. Com o mangá impresso, o movimento pode ser difícil de representar, mas o manhwa e o manhua digital oferecem um layout vertical e rolagem infinita para capturar a sensação de movimento, como retratar a passagem do tempo ou objetos se movendo ladeira abaixo.

Além disso, o manhwa digital é publicado em cores, mas o manhwa impresso é tradicionalmente publicado em preto e branco, semelhante ao mangá. Os personagens manhwa e manhua são normalmente desenhados para se concentrar em proporções e aparências humanas mais realistas. Mangá e manhwa também têm configurações de fundo realistas e detalhadas – quase fotorrealistas, em contraste com o manhwa digital, que tem fundos mais simples. No entanto, deve-se notar que o manhwa impresso é mais semelhante ao mangá nesse aspecto.

O manhwa na atualidade

Desde o final da década de 1980, os mangás foram licenciados no mercado coreano e têm sido bem sucedidos. Contudo, nos últimos anos, as produções coreanas começaram a fazer muito sucesso também – e não só no quesito literatura. Quem aqui não assistiu ao menos um dorama na vida ou já ouviu falar em k-pop? De qualquer forma, podemos ver revistas como IQ Jump ou Young Champ com o modelo similar de revistas japonesas e os autores puderam realizar seus desejos criativos.

Muito dinâmica, a sociedade coreana acompanha as tendências com extrema rapidez, o manhwa passa a produzir muitos gêneros, por vezes influenciadas pelos mangá, e adapta-se aos novos modos de leitura. Os autores jovens procuram inovações radicais, tanto no estilo dos desenhos quanto nos meios escolhidos. Com a internet, por exemplo, surgiram os famosos webtoons, nome dado as webcomics coreanas. Graças à internet, muitas obras asiáticas fizeram muito mais sucesso pelo mundo.

Demografias e gêneros de Manhwa

  • Myeongnang: destinado as crianças (equivalente ao kodomo dos mangás)
  • Sonyung: destinado a garotos (equivalente ao shounen dos mangás)
  • Sunjeong (hangul: 순정만화): destinado a garotas (equivalente ao shoujo dos mangás)
  • Tchungnyun: destinado a jovens adultos (equivalente ao seinen e josei dos mangás)
  • Ttakji (hangul: 딱지만화): Histórias de aventura publicadas na década de 1950 e ambientadas no Ocidente.

Manhwas publicados no Brasil

  • Aflame Inferno
  • Angry
  • Ark Angels
  • Banya, o Mensageiro
  • Che – Uma Biografia
  • Chonchu – O Guerreiro Maldito
  • Dangu
  • Gui
  • Kil-Dong – Crônicas de um Guerreiro
  • Model
  • Planet Blood
  • Priest
  • Ragnarök
  • Solo Leveling
  • Tarot Café

E por que o Manhwa faz tanto sucesso?

Ok, mas por que o Manhwa faz tanto sucesso? Não tem uma única resposta correta para essa questão. Em primeiro lugar, o objetivo principal de qualquer autor de uma obra: chamar atenção do leitor. Intencionalmente, ninguém escreve um livro, produz uma história em quadrinho, desenha ou cria animações para serem ruins. Mesmo falando-se de músicas ou filmes, o objetivo é exatamente o mesmo: vender e alcançar pessoas.

Da mesma forma que os mangás e animes fizeram, os manhwas chamam a atenção graças às suas temáticas diversas, além de fugirem do que os ocidentais acreditavam muito: desenhos e quadrinhos são exclusivamente para crianças. Claro que há muitas obras asiáticas focadas para o público infanto-juvenil, mas também há o fator de que um adulto não precisa deixar de gostar disso. Tanto que há uma quantidade gigantesca de quadrinhos eróticos. Literalmente, trazem obras para todos os públicos e para todas as idades.

Outro ponto que eu acho relevante é que a leitura é uma das principais formas de entretenimento em vários países, como Japão, China e Estados Unidos. A leitura é algo que cresceu mais aqui no Brasil nos últimos anos, mas muitos países já tinham esse costume há mais tempo. Além disso, é inegável que a internet ajudou bastante no sucesso de muitas obras. Agora, há uma maior facilidade de divulgar o seu próprio trabalho. Concorda com essa reflexão?

Austra Caroline
Come to the Dark Side. We have coffee with cookies! ☕ Sou Arqueóloga e estudante de História, com atuação como Educadora Patrimonial, onde busco preservar e compartilhar o valor do nosso patrimônio cultural. Além disso, sou redatora em sites voltados para conteúdo nerd, Geek e cultura pop, sempre explorando o universo da cultura geek com entusiasmo. Sou apaixonada por jogos de Hack & Slash, com destaque especial para a série Devil May Cry, que alimenta minha paixão pelo gênero. Nas horas vagas, também me dedico à escrita, onde expresso minha criatividade e amor pela narrativa.

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