Resenha do terceiro episódio de Inuyashiki
Inuyashiki é um daqueles animes que nos permitem dizer clichês como “só melhora”, porque, faça-se justiça, é a mais pura verdade. Fica difícil não se empolgar com a narrativa promissora protagonizada por um personagem tão inusitado como Ichiro, e o episódio 03 de Inuyashiki nos traz mais um pouco sobre ele.
Após o primeiro contato direto com Shishigami Hiro, Ichiro decide que precisa agir para impedir que o rapaz use seus poderes para causar mais estragos. No entanto, o velho homem, ao contrário de seu mais novo inimigo, não possui controles plenos e sequer tem ideia de quais habilidades e poderes ainda é capaz de executar.
Assim, acompanhamos as primeiras tentativas de Ichiro em descobrir como usar todas as suas habilidades, o que decide fazê-lo ao iniciar uma espécie de jornada como vigilante. O protagonista se surpreende com os poderes quase divinos que possui, impedindo crimes, salvando pessoas e até mesmo aprendendo a curar.
O contraponto das ações de Ichiro como um herói é justamente o que Shishigami faz com os mesmos poderes, continuando a usá-los de forma descabida e a bel-prazer, sem se importar com as vidas que tira e com questões como o impacto deste tipo de ação na sociedade e as consequências derivadas. Tais ações o colocam em um conflito ético com o melhor amigo, Ando.
Naoyuki Ando, como mostrado no episódio anterior, é um sujeito recluso que tem (ou tinha) Hiro como o melhor amigo, mas que, ao descobrir a natureza perversa dele, choca-se o bastante para querer se afastar. Hiro, por outro lado, age com naturalidade, acreditando que não está fazendo nada demais e que sua “onipotência” lhe permite estar acima de qualquer julgamento ético ou moral, e que Ando o deveria aceitar, já que é seu amigo.
Há um diálogo muito interessante entre os dois na escola, no qual Hiro, ciente da situação, reforça a Ando que ele sempre fora assim, frio e desprovido de empatia pelas pessoas, e que o amigo sabia disso – o que houve, de fato, foi apenas a exposição de seu verdadeiro caráter (ou a ausência disso). Vemos dois pontos opostos: enquanto Ichiro começa a ganhar empatia das pessoas e agradecimento pelos bons feitos, Hiro gera medo e afastamento daqueles próximos a ele.
Vale destacar a qualidade da animação, que tem conseguido mesclar 2D e 3D sem exageros e em doses bem calculadas – ao contrário de alguns estúdios que produzem verdadeiros desastres visuais nessa espécie de tentativa. A cena de Ichiro aprendendo a voar é uma ótima prova do bom uso do recurso e é muito bem executada, trazendo a sensação de imersão junto ao personagem.
O que se desenha para os próximos episódios é uma participação ainda maior e decisiva de Ando no conflito entre Ichiro e Hiro, além do aguardado embate físico entre ambos, que não deve tardar a acontecer.
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