Pantera Negra 2: como seria o roteiro com Chadwick Boseman?
Houve muito questionamento de como seria o roteiro de Pantera Negra 2: Wakanda para Sempre com Chadwick Boseman. Contudo, agora a morte do ator, diretor e roteirista norte-americano Chadwick Boseman é um ponto central no novo filme do Universo Cinematográfico da Marvel — dentro e fora das telas. Dessa forma, a obra tornou-se uma grande homenagem ao ator e ao seu legado como herói. Entretanto, na primeira versão do roteiro, ainda seria protagonizado pelo personagem T’Challa.
A trágica notícia sobre a morte de Chadwick Boseman pegou todos os seus respectivos fãs de surpresa. Especialmente por um fato: nem mesmo o diretor Ryan Coogler e o restante da equipe sabia do seu estado de saúde. O ator estava com um câncer no cólon e poucos tinham conhecimento disso.
Conforme Ryan Coogler, a primeira versão do roteiro já estava pronta quando o ator faleceu e iria forcar na relação de T’Challa com Wakanda e a própria família após seu desaparecimento graças aos poderes de Thanos. E é interessante ver como muitos dos elementos propostos inicialmente se mantém em Wakanda para Sempre. E para aqueles que estão na dúvida se compensa ou não assistir ao novo filme, confira no nosso portal: Pantera Negra 2: Wakanda para Sempre – Resenha. Para aqueles que não puderem assistir no cinema, os filmes Universo Cinematográfico da Marvel ficam disponíveis via Disney+.
Como era a história original de Pantera Negra 2
Assim que os críticos e o público elogiaram o Pantera Negra, a Marvel anunciou que faria uma segunda parte. O filme foi aplaudido de pé e recebeu alta classificação da crítica quando foi lançado em 2018. Eles deram ao filme vários prêmios, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator em um papel principal. Como resultado da recepção positiva, Ryan Coogler começou a escrever o roteiro que queria fazer.
Antes de receber a notícia da morte de Chadwick Boseman, ele passou dois anos desenvolvendo sua trama. Durante este tempo, ele escreveu mais de 300 páginas do primeiro rascunho. Este rascunho inicial era uma versão crua e inacabada de sua história.
Em uma entrevista ao The Official Black Panther Podcast, da Marvel, o diretor conta que chegou a perguntar ao ator algumas semanas antes de seu falecimento se ele queria dar uma olhada em como ficou, mas estranhamento o ator recusou.
De acordo com o produtor Nate Moore, o conceito inicial de Wakanda para Sempre era aprofundar as relações familiares de T’Challa e explorar as consequências do blip. Dessa forma, inicialmente veríamos como Wakanda reagiu ao desaparecimento de seu rei e, em seguida, um Pantera Negra aprendendo a lidar com um novo fato: ele é pai.
E ficou bonito o fato de que parte desses elementos se mantiveram no novo filme do Universo Cinematográfico da Marvel. Como a cena pós-crédito revelou, o herói realmente teve um filho que cresceu durante a sua ausência entre Vingadores: Guerra Infinita e Ultimato. Originalmente, a história explicaria como T’Challa e seu filho entenderam o peso da paternidade e decidiram seguir em frente com suas vidas. No entanto, essa ideia ficou de lado para se concentrar mais em honrar o legado de T’Challa.
Ainda assim, a simbologia dessa criança se manteve. Além disso, a jornada de crescimento proposta apenas mudou de foco e passou a ser de mãe para filha, com Ramonda (Angela Bassett) ajudando no crescimento de Shuri (Letitia Wright).
Polêmicas políticas
O roteiro original de Pantera Negra: Wakanda para Sempre não teria muitas conexões a mais com o Universo Cinematográfico da Marvel do que o que vimos no cinema. Embora os detalhes sobre isso sejam escassos, sabemos que a narrativa nova se encaixa dentro da proposta mencionada pelos produtores. Afinal, a ideia sempre foi mostrar como Wakanda reagiu ao desaparecimento de T’Challa.
Em Wakanda para Sempre, vemos que a Rainha Ramonda assumiu o trono do país e voltou a adotar uma política mais isolacionista. Com o mundo de olho no vibranium, as fronteiras voltaram a se fechar. Dessa forma, a política de cooperação anunciada por T’Challa no final de Pantera Negra não avançou muito. E é por causa disso que outros países passam a buscar o metal em outras regiões, inclusive no fundo do mar, para a fúria de Namor (Tenoch Huerta).
E essa é uma história que poderia se repetir com Boseman no papel principal. Ao voltar do blip, por exemplo, ele veria que sua mãe seguiu por um caminho mais conservador na política externa. Além disso, o Príncipe Submarino o confrontaria da mesma forma que aconteceu com Shuri. Até mesmo a apresentação de Riri Williams (Dominique Thorne) poderia ser feita da mesma maneira.
Em termos de argumento, seria quase o mesmo filme. A diferença vai além disso. Sem o peso do luto permeando esse roteiro, a jornada do Pantera Negra de T’Challa seria bem diferente e isso mudaria sua relação com o próprio Namor. No caso de Shuri, é a sua dificuldade de lidar com a perda e a raiva que ela sente. Caso Boseman fosse o protagonista, fica difícil imaginar como isso seria. Mais provável que Namor fosse apenas uma ameaça.