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Final explicado de O Mundo Além de Nós

Os Sandford reservam uma casa para uma fuga rápida, mas seus planos mudam depois que ocorre um ataque cibernético massivo e os proprietários retornam inesperadamente.

O Mundo Depois de Nós - Ali, Herrold, Roberts e Hawke: suspense apocalíptico sobre a paranoia digital  (Jojo Whilden/Netflix)
O Mundo Depois de Nós – Ali, Herrold, Roberts e Hawke: suspense apocalíptico sobre a paranoia digital  (Jojo Whilden/Netflix)

Final explicado de O Mundo Além de Nós

Nos momentos finais de O Mundo Além de Nós, um evento cataclísmico se desenrola quando a cidade de Nova York é bombardeada, levando Rose a procurar refúgio no abrigo subterrâneo de Thorne. Lá, as duas famílias se reúnem, encontrando consolo enquanto assistem episódios de Friends. O Mundo Além de Nós, uma adaptação cinematográfica do romance de Rumaan Alam, ganhou vida na Netflix, com Sam Esmail atuando como escritor e diretor. Esta produção cativante faz parte da colaboração da Netflix com Barack e Michelle Obama, apresentando um elenco repleto de estrelas que inclui Julia Roberts, Ethan Hawke, Mahershala Ali, Kevin Bacon e muitos outros.

Ao fazer reservas para uma casa de férias, Amanda Sandford, interpretada por Julia Roberts, embarca em uma viagem que é rapidamente interrompida por um ataque cibernético devastador que paralisa a Internet e as redes de comunicação. Inesperadamente, o proprietário GH Scott, interpretado por Mahershala Ali, e sua filha Ruth, interpretada por Myha’la, voltam para casa, gerando uma luta pela confiança entre as duas famílias. À medida que a situação piora, Clay Sandford, interpretado por Ethan Hawke, e George procuram assistência médica de seu vizinho Danny, interpretado por Kevin Bacon. Danny propõe que localizem o bunker dos Thornes, uma sugestão que Rose Sandford, interpretada por Farrah Mackenzie, já agiu para poder assistir Friends.

Estrutura de cinco partes explicada

O Mundo Além de Nós é meticulosamente estruturado em cinco seções, cada uma demarcada por um título evocativo. Essa divisão em partes – Parte I: A Casa, Parte II: A Curva, Parte III: O Ruído, Parte IV: O Dilúvio e Parte V: O Fim – não apenas reflete os eventos específicos ocorridos em cada segmento, mas também contribui significativamente para a complexidade narrativa do filme. Essa abordagem de cinco partes não é apenas uma escolha arbitrária; ela assume uma importância crucial na trama.

As duas primeiras partes, Parte I e Parte II, servem como prelúdio, estabelecendo o terreno para o que está por vir. É durante esses estágios iniciais que somos apresentados à casa e à curva na história. No entanto, é nas partes III, IV e V que testemunhamos a convergência com os estágios do plano delineado por GH, conforme revelado a Clay no desenrolar da narrativa.

O esboço do plano de GH, projetado para atravessar três fases distintas, ressoa claramente com a progressão das seções do filme. A fase 1, intitulada isolamento, visa “tornar o alvo surdo e mudo”, alinhando-se precisamente com os eventos caóticos apresentados em “O Ruído” da Parte III. A fase 2, caracterizada por caos sincronizado, em que ataques sincronizados e desinformação prevalecem, corresponde ao subtítulo “O Dilúvio” da Parte IV. É nesse ponto que somos inundados com informações enganosas, como os enigmáticos cartões vermelhos.

Finalmente, a fase 3, denominada golpe de estado, converge de maneira épica com a Parte V: O Último. Embora a linha do tempo e o enredo permitissem uma narrativa mais concisa com apenas três partes, a inclusão da Parte I e da Parte II emerge como uma escolha narrativa perspicaz, funcionando como precursores fundamentais para as três fases distintas delineadas por GH. Essa complexidade estrutural aprimora a experiência do espectador, proporcionando uma imersão profunda nos intricados desdobramentos da trama.

Por que os animais estavam agindo de forma tão estranha?

Após avistarem o petroleiro White Lion alcançando a costa, os Sandford retornam à sua casa de férias, onde Amanda e Clay são surpreendidos ao depararem-se com uma majestosa manada de cervos no quintal. Inicialmente, Clay, influenciado pela mitologia mesoamericana, interpreta o avistamento dos cervos como um auspicioso presságio, uma crença que, com o desdobrar dos acontecimentos, revela-se ironicamente equivocada. Os cervos, contudo, não são os únicos habitantes incomuns da propriedade, pois numa noite, a piscina é invadida por flamingos e bandos de pássaros cruzam os céus ao longo do filme, sugerindo uma presença avícola intrínseca à narrativa. No clímax, os cervos cercam Ruth e Amanda de maneira estranhamente ameaçadora, adicionando um componente enigmático ao comportamento animal que permeia a história, cujas nuances permanecem parcialmente não explicadas, mas ricas em pistas.

Quando Clay parte rumo à cidade em busca de sinal de telefone celular, o rádio do carro, por breves momentos, sintoniza um alerta de transmissão, anunciando que as repercussões do ataque cibernético em curso resultaram em uma catástrofe ambiental no sul, influenciando os padrões de migração animal. A natureza exata do ataque permanece enigmática, mas a presença do petroleiro encalhado na praia sugere vividamente a extensão dos acontecimentos em outras regiões do país. Levando em consideração que a Flórida, como o ponto geográfico mais próximo, poderia ser a origem dos flamingos, os derrames de petróleo no Golfo do México e uma série de outras calamidades ambientais podem ter forçado esses animais a empreenderem uma jornada rumo ao norte, alcançando, de maneira surreal, a cidade de Nova Iorque.

Como Danny sabia sobre o ataque antes de acontecer?

Quando Amanda realiza sua primeira incursão à cidade, depara-se com Danny (interpretado por Kevin Bacon), ocupado carregando seu caminhão com suprimentos. Entretanto, somente mais tarde ela percebe que sua atividade era na verdade uma preparação antecipada para o iminente ataque. Enquanto George, por meio de sua astúcia diante das flutuações do mercado e previsões alicerçadas na “curva”, já suspeitava do desenrolar dos eventos, além de dicas peculiares de amigos em posições elevadas, Danny não dispunha dos mesmos recursos, embora estivesse consciente de que algo significativo estava prestes a ocorrer. Determinado, ele assegurou que sua residência estivesse equipada com todos os suprimentos necessários.

Danny argumenta que as evidências indicando um evento iminente eram visíveis, destacando notícias como o retorno súbito de todos os diplomatas russos. No entanto, sua assertividade atribuindo a possibilidade a coreanos ou chineses revela uma amalgama de xenofobia e informações provenientes de seu amigo em San Diego, que mencionou panfletos vermelhos com inscrições de aspecto asiático. Nesse sentido, Danny, embora mereça crédito por sua prontidão na situação, também pode ser percebido como um preparador paranóico que já antevia uma catástrofe iminente. O equilíbrio entre previsão perspicaz e paranoia previdente é delicado, e a dualidade de sua postura adiciona uma complexidade intrigante à sua caracterização na trama.

Final e verdadeiro significado explicados de O Mundo Além de Nós

Os arcos de personagem delineados entre os Sandfords e os Scotts, especialmente com foco em Amanda e Ruth, constituem a espinha dorsal do comentário do filme sobre a natureza humana. Após intensas discordâncias ao longo da narrativa, essas duas famílias finalmente convergem em suas perspectivas sobre a condição humana. Amanda, ao afirmar que estão conscientes de viver uma mentira, desvela a existência de uma ilusão coletiva projetada para nos auxiliar a ignorar e perpetuar a ignorância em relação à verdadeira essência de nossa humanidade. Inicialmente desconfiados e relutantes em coexistir, os Sandfords e os Scotts reconhecem a necessidade de superar suas diferenças, compreendendo que a cooperação é vital para a sobrevivência diante das adversidades.

A obsessão de Rose por “Friends” não é apenas uma característica peculiar, mas sim uma espinha dorsal temática que fornece um meta-comentário ao restante do filme. GH e Ruth, personagens secundários, são introduzidos, enquanto Clay compartilha com Amanda que o livro de um ex-aluno explora como a mídia pode servir tanto como uma fuga quanto como uma reflexão. Da mesma forma, “Leave the World Behind” se apresenta como um thriller envolvente sobre o colapso da sociedade, revelando verdades intrínsecas sobre a natureza humana por meio de seus personagens. Enquanto o mundo ao seu redor desmorona, Rose, em contrapartida, busca escapar para o consolo proporcionado pelo desfecho de “Friends”, uma série que, nas palavras de Ruth, é “nostálgica por uma época que nunca existiu”.

Quando Rose, saturada do caos, busca refúgio na casa dos Thornes para uma refeição reconfortante, ela também descobre o bunker e uma vasta coleção de DVDs, incluindo “Friends”. Enquanto a cidade de Nova York é bombardeada, Rose se entrega ao episódio final, intitulado “The Last One”, inspirando o título da Parte V do filme. Este desfecho, exibido logo antes dos créditos, destaca-se como um momento de escapismo, permitindo ao público se desconectar temporariamente das aflições do mundo. No entanto, “Leave the World Behind” transcende a mera fuga, oferecendo simultaneamente uma oportunidade para reflexão, dependendo da intensidade do envolvimento do espectador com a trama. Este dualismo torna o filme uma experiência rica e multifacetada, capaz de atender a diferentes expectativas e interpretações, seja como um meio de evasão ou como uma contemplação profunda.

Teaser oficial

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