Sete duplas de histórias que se aproximam, mas não são iguais
Uma história nunca é igual à outra – e também por isso é bacana ver as diferenças, entre tantas semelhanças. Destaco alguns filmes do ano passado que merecem ser vistos (ou revistos!) também por seu diálogo com outras obras.
![Tweet compara a dupla Aftersun - Um Lugar Qualquer](https://i0.wp.com/metagalaxia.com.br/wp-content/uploads/2023/04/dupla-somewhere-aftersun-tweet-1024x834.webp?resize=1024%2C834&ssl=1)
1. Aftersun (2022), de Charlotte Wells, e Um Lugar Qualquer (2010), de Sofia Coppola
Trabalhos sublimes das duas diretoras, trazendo recortes de superficial tranquilidade entre pai e filha que vivem em distanciamento. Os dois pais estão com um braço engessado, mas seus caminhos são completamente diferentes.
2. Close (2022), de Lukas Dhont, e Frances Ha (2012), de Noah Baumbach
Embora proponham questões muito distintas, há em comum o pano de fundo: o fim de uma amizade estruturante em uma fase de transição. Atuações comoventes de protagonistas em busca de si mesmos.
3. Broker (2022) e Assunto de Família (2018), ambos de Hirokazu Kore-Eda
Nesta dupla, o mesmo diretor mostrando famílias em que a união não vem de laços de parentesco, mas de carências e de solidariedade. As narrativas têm vieses diferentes: do encontro e da separação.
4. Triângulo da Tristeza (2022), de Ruben Östlund, e O Discreto Charme da Burguesia (1972), de Luís Buñuel
Östlund já declarou que o filme de Buñuel é um de seus favoritos, e está em sua lista de eleitos como melhores de todos os tempos na votação do British Film Institute. É inevitável comparar os estilos da divertida ironia em cada uma das películas, especialmente pelos 50 anos de intervalo de lançamento entre elas.
5. Marte Um (2022), de Gabriel Martins, e Era uma vez em Tóquio (2013), de Yōji Yamada
O retrato de duas famílias razoavelmente típicas, dentro de suas realidades, em um cenário de transformação social – com suas contradições, sonhos e vícios. Olhando para o passado mas mirando no futuro.
6. Decisão de Partir (2022), de Park Chan-wook, e Um Corpo Que Cai, (1958), de Alfred Hitchcock
Um policial, outro ex-policial. Um com insônia, outro com acrofobia. Os dois obcecados com uma mulher envolvida em um crime. Todo mundo perde, menos o espectador.
7. Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (2022), de Daniel Kwan e Daniel Scheinert e Matrix (1999), de Lana Wachowski e Lilly Wachowski
A última dupla é certamente a comparação mais recorrente dos últimos meses: dois grandes vencedores da Academia, duas duplas na direção (os Daniels e as Irmãs Wachowski), realidades paralelas, efeitos especiais. Uma enquadra um contexto macro, e a outra se concentra no microcosmo familiar.
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