Sonic: O Filme (2020) – Resenha

Após polêmica com design do personagem, Sonic: O Filme cumpriu seu papel em introduzir um novo universo do ouriço, com diversão pura!

Em vias da estreia de Sonic 2 – O Filme, o Meta Galáxia traz para você nossa resenha de Sonic: O Filme, primeiro longa da franquia live-action do ouriço mais amado da cultura pop.

Nem tudo foram flores quando a produção foi anunciada e, enfim, relevada em 2019. O primeiro trailer de Sonic: O Filme trouxe um visual um tanto incomum do personagem, que tentava buscar um meio termo entre o design original e um visual realista. O resultado não se aproximou de nenhuma das duas coisas e desagradou os fãs, que levantaram motim no Twitter.

O protesto virtual deu resultado. O diretor Jeff Fowler deu o braço a torcer, o visual de Sonic foi alterado – e talvez esteja aí a chave de virada de sucesso para a obra. O novo Sonic, mais fiel aos games, pode ser abraçado pelos fãs e agora restava apenas ao filme cumprir o seu papel de entreter na medida da certa.

SINOPSE DE SONIC: O FILME

Sonic (Ben Schwartz) é um ouriço azul que nasceu com uma habilidade única: uma supervelocidade derivada de um poder energético desconhecido. Seu poder desperta a atenção dos habitantes de seu mundo e, se tornando um alvo, o azulado foge de sua terra nativa para a Terra, utilizando seus Anéis, onde passa anos e habitua-se aos humanos, embora viva escondido.

Quando o governo dos Estado Unidos coloca o maníaco e super inteligente Dr. Robotnik (Jim Carrey) em seu encalço após um incidente com seus poderes energéticos, Sonic contará com a ajuda do policial Tom Wachowski (James Marden), seu amigo humano, para tentar deixar a Terra e sobreviver. No entanto, a esta altura, Sonic acredita que encontrou seu lar e isso não será tão simples quanto parece.

UMA RELEITURA DE SONIC. POR QUE NÃO?

sonic o filme

Sonic: O Filme nasceu com o drama que toda adaptação de jogo eletrônico – especialmente jogos de fantasia e aventura – enfrentam diante da conversão para as telonas. Como transportar um universo tão particular, frenético, dinâmico e, sobretudo, com um legado tão grande para um filme live-action?

As chances de dar errado eram enormes. Seu “rival” Mario teve uma tentativa horrenda e frustrada nos anos 90, e não faltam exemplos de adaptações terríveis como Street Fighter e Resident Evil. Tratando-se de personagens antropomorfos que já possuem uma carreira consolidada – Sonic conta com séries animadas que já fizeram relativo sucesso – seria cômodo criar um filme todo em animação 3D.

Mas a proposta de Jeff Fowler e da SEGA não era ficar na zona de conforto. O que, inclusive, é algo longe da essência de Sonic. Inserir o personagem e seu universo no “mundo real” é algo fundamental para esta história de origem de Sonic funcionar, e sim, funciona. A forma como o herói é introduzido ao nosso mundo é coerente, bem justificada e, acima de tudo, divertida.

A dinâmica de Sonic com os humanos – especialmente Tom (Marsden) – é justamente um dos pontos altos do filme. A reação de absurdo aos seus feitos é ótima, e a forma como o ouriço vai conquistando aqueles que o conhecem justifica o carisma de um dos personagens mais amados da cultura pop. O Sonic de Ben Schwartz, inclusive, mantém toda a essência do azulão mais veloz do mundo.

Jim Carrey, como não poderia ser diferente, também é destaque no filme. Seu Robotnik é tão maluco quanto o dos videogames, e as caras e bocas que imortalizaram um dos maiores ídolos da comédia de Hollywood dão o tom que o vilão precisa. De certa forma, Sonic: O Filme é também sobre a origem do personagem, que passa de um cientista inteligente e maluco a um verdadeiro psicopata espacial e que estará ainda mais personalizado no segundo filme.

Olhando o espectro que o longa atinge, Sonic: O Filme está muito mais próximo de uma produção como Uma Cilada Para Roger Rabbit e Space Jam do que de uma simples adaptação de games. É um longa baseado no game, mas que muito mais se propõe a explorar, e bem, a dinâmica live-action x animação e as oportunidades que essa modalidade de longa-metragem oferece.

MAS SIM, O VIDEOGAME ESTÁ LÁ

sonic o filme

Todavia, vale ressaltar que o fato do filme se preocupar mais em contar uma história original do que adaptar o jogo Sonic ao pé da letra não significa que todos os principais elementos da série de jogos não esteja lá.

Os Anéis são parte vital da trama, e aqui é dada uma boa justificativa do porquê Sonic não pode se afastar deles (uma vez que, no game, sem os Anéis, basta um dano para Sonic morrer). Algumas de suas principais fases também são referenciadas durante o filme. E os robôs de Robotnik são drones super avançados – o que faz muito sentido no nosso contexto. Sem mencionar a sonoplastia, que nos transporta à nostalgia dos games em diversas ocasiões.

Um dos momentos mais marcantes e legais do filme é quando Sonic recebe seus famosos tênis vermelhos. A cena está intrinsecamente ligada a jornada do protagonista na obra: se sentir pertencente, descobrir o seu lugar e propósito. É mais que possibilitar Sonic a continuar correndo: é uma alegoria à encarnação completa do personagem dos videogames no contexto do longa.

SONIC: O FILME VALE A PENA?

Com todas as liberdades que o filme toma – e sendo menos uma adaptação mais literal de qualquer um dos jogos de Sonic, até porque isso caberia muito melhor em um filme animado – Sonic: O Filme cumpre seu propósito como uma animação x live-action, introduzindo um personagem tão icônico em um contexto completamente novo, de forma bem-feita.

Sonic: O Filme é divertido, tem excelentes piadas; é cativante, com boas doses de ação e aventura, como os jogos; e entrega uma boa história, que, se não chega a ser inovadora, é suficiente para entregar entretenimento e introduzir este novo universo do ouriço azulado. É uma ótima homenagem ao personagem, aos fãs, e uma porta de entrada para todos os públicos e idades.

TRAILER DE SONIC 2 – O FILME

Ansioso para a continuação? Sonic 2 – O Filme estreia em 7 de abril de 2022. Confira abaixo o trailer:

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ANÁLISE CRÍTICA - NOTA
Sonic: O Filme
Diego Betioli
Escritor, publicitário, louco por esportes e entretenimento. Autor de A Última Estação (junto com Rodolfo Bezerra) e CEP e um dos fundadores do Meta Galáxia.
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