Do Passado ao Presente: O Impacto Eterno de Super Metroid e Castlevania Symphony of the Night

Super Metroid e Castlevania Symphony of the Night

Do Passado ao Presente: O Impacto Eterno de Super Metroid e Castlevania Symphony of the Night


A década de 1990 é amplamente considerada uma das mais criativas na história da indústria de videogames. Nesse período, vários títulos surgiram, introduzindo possibilidades até então inimagináveis e refinando fórmulas já existentes, o que resultou em uma revolução no mercado de jogos. Dois jogos notáveis, Super Metroid, lançado em 1994, e Castlevania: Symphony of the Night, de 1997, desempenharam papéis fundamentais na criação do gênero conhecido como Metroidvania.

Esses jogos, essencialmente, combinaram elementos de ação, aventura e, em muitos casos, plataforma. No entanto, a verdadeira magia desse gênero reside na maneira como os jogadores exploram os ambientes de forma altamente criativa. Em vez de uma estrutura de níveis distintos, como era comum nos jogos Castlevania anteriores a Symphony of the Night, esses jogos apresentam um mapa único repleto de segredos a serem descobertos e explorados à medida que os jogadores adquirem novos itens e habilidades. Esses novos recursos, por sua vez, permitem o acesso a áreas que inicialmente pareciam intransponíveis.

Embora Super Metroid e Symphony of the Night não tenham alcançado um sucesso comercial massivo, com vendas de 1,42 milhão e 1,27 milhão de cópias, respectivamente, é importante observar que esses jogos foram amplamente jogados por meio de emulação ou cópias piratas. Apesar disso, esses jogos da década de 90 resistiram ao teste do tempo e continuam a exercer influência sobre a indústria dos videogames.

Os desenvolvedores de jogos independentes, de diversas maneiras, procuraram criar títulos que seguissem a tradição estabelecida por Super Metroid e Symphony of the Night. Exemplos notáveis incluem Hollow Knight, The Messenger, Guacamelee 1 e 2, Blasphemous 1 e 2, Ori and the Blind Forest, Ori and the Will of the Wisps, Axiom Verge 1 e 2, Steamworld Dig 2, Chasm, Iconoclasts, entre outros. Até mesmo Dead Cells, embora seja mais um roguelike do que um Metroidvania, incorpora influências dos clássicos da década de 90 que moldaram o gênero.

É importante ressaltar que não são apenas os jogos independentes 2D que se beneficiam das bases estabelecidas por Super Metroid e Symphony of the Night. Influências do subgênero Metroidvania podem ser observadas em títulos de alto orçamento, como Batman Arkham Asylum, Control, a trilogia Dark Souls, Bloodborne, Star Wars Jedi: Fallen Order e Jedi: Survivor. Embora esses jogos possam se enquadrar em categorias diferentes, como ação, aventura ou RPG de ação, a lógica de exploração de seus cenários segue os princípios fundamentais do gênero Metroidvania.

Mesmo com essas breves menções, é pertinente aprofundar a análise dos fatores que tornaram Super Metroid e Castlevania: Symphony of the Night tão impactantes mesmo após quase três décadas desde seu lançamento. Este artigo se propõe a explorar esses elementos em detalhes.

Super Metroid, a aventura 2D de Samus Aran

 Super Metroid

É intrigante considerar que, apesar de ser um título altamente cultuado e influente no mundo dos videogames, Super Metroid teve vendas significativamente inferiores às que seu impacto merecia: 1,42 milhão de cópias. Lançado em 1994 para o Super Nintendo, o jogo marcou o terceiro capítulo da série Metroid, mas, mais importante, elevou a franquia a um patamar totalmente novo.

Embora os dois jogos anteriores da série, Metroid 1 e 2, tenham estabelecido algumas das bases que Super Metroid explorou de maneira muito mais competente, foi o título do Super Nintendo que desvendou e aproveitou brilhantemente o potencial da franquia em ambientes 2D. Mesmo os lançamentos subsequentes da série, como Metroid Fusion, os remakes dos dois primeiros jogos e Metroid Dread, não conseguiram reunir uma coleção tão impressionante de acertos.

Ambientado no planeta Zebes, o mesmo cenário do primeiro jogo, Super Metroid apresenta uma história centrada em Samus, que deve resgatar um bebê Metroid sequestrado por Ridley, líder dos Space Pirates. Entretanto, a narrativa não é o foco da experiência; o destaque recai sobre a exploração de cenários, que é uma das mais ricas e bem elaboradas na história dos videogames. Samus inicia com um conjunto básico de habilidades, incluindo pulo e tiros de laser para eliminar as ameaças alienígenas que cruzam o caminho da caçadora de recompensas.

Vale a pena destacar que Super Metroid possui um dos mapas mais diversificados e ricamente detalhados já concebidos em um videogame. O fato de que isso foi realizado em 1994, em um cartucho com capacidade de armazenamento limitada do Super Nintendo, torna a conquista ainda mais impressionante. Ao longo da jornada, Samus adquire novas habilidades, como diferentes tipos de tiros (com destaque para o tiro congelante) e melhorias para sua armadura. Essas melhorias permitem que a protagonista explore áreas que, sem elas, seriam letais ou inacessíveis.

O combate em Super Metroid é outro destaque, pois o jogo atinge um equilíbrio notável de dificuldade. O título de 1994 nunca é excessivamente desafiador nem muito fácil. O design dos cenários foi cuidadosamente concebido para incentivar os jogadores a utilizar todas as habilidades de Samus, sem forçá-los a adotar apenas um estilo de progressão pelo mapa de Zebes. As mecânicas básicas de movimentação e combate são introduzidas de forma intuitiva, permitindo que os jogadores descubram novas possibilidades à medida que as exploram.

Uma das maiores conquistas de Super Metroid é sempre fornecer aos jogadores os recursos necessários para avançar na campanha. No entanto, há alguns inconvenientes menores, como a necessidade constante de usar a técnica de “rolamento” de Samus para verificar se há acesso a áreas secretas, que são abundantes pelo mapa. Embora não seja estritamente necessário coletar 100% dos itens do jogo para desfrutar de uma experiência satisfatória, pode ser um pouco frustrante passar horas explorando Zebes e, no final, coletar apenas 70% ou 80% dos itens, por exemplo.

Dito isso, Super Metroid se destaca por reunir todos os elementos essenciais para um grande jogo: exploração recompensadora, combate extremamente satisfatório, variedade de ambientes, um design de mapa bem planejado e até mesmo uma narrativa eficaz transmitida por meio de elementos visuais, como o instinto de proteção que o bebê Metroid demonstra por Samus na batalha contra a Mother Brain. É lamentável que nenhum outro jogo Metroid em 2D, incluindo os excelentes Fusion e Dread, tenha conseguido alcançar a excelência do clássico do Super Nintendo, que ainda é considerado o melhor da franquia.

Symphony of the Night marcou a saga Castlevania

Castlevania Symphony of the Night


Lançado em março de 1997, Castlevania: Symphony of the Night é amplamente considerado um clássico no mundo dos videogames. O jogo representou uma revolução na franquia da Konami, sendo aclamado como um dos melhores títulos da era do PlayStation 1. Sua influência e impacto continuam perceptíveis mesmo após 26 anos desde seu lançamento.

Embora Symphony of the Night compartilhe a base de exploração com Metroid, ele introduziu uma abordagem única, incorporando elementos de RPG em sua lógica de combate, sistema de upgrades de equipamentos e uso de familiares. Isso permitiu ao jogo estabelecer sua própria identidade no gênero, apesar de seguir princípios familiares.

A trama se desenrola cinco anos após os eventos de Castlevania: Rondo of Blood e um ano após o desaparecimento misterioso de Richter Belmont, o lendário caçador de vampiros que derrotou Drácula em Rondo of Blood. O jogo começa com Alucard despertando de seu sono autoinduzido e descobrindo que o castelo e Drácula ressurgiram na Transilvânia. No entanto, desta vez, não há um Belmont para proteger a humanidade, já que Richter está desaparecido.

Embora a premissa da história seja simples, ela representou um avanço significativo na narrativa em comparação com os jogos anteriores da franquia. Symphony of the Night apresenta diálogos entre Alucard e Maria ao longo da campanha, além da revelação de uma versão maligna de Richter manipulada por Shaft. O jogo conseguiu desenvolver sua narrativa de forma eficaz, apesar de apresentar diálogos apenas em momentos pontuais.

Um dos pontos altos da trama envolve a tentativa da Succubus de manipular a dolorosa memória de Alucard relacionada à morte de sua mãe, Lisa. Além disso, a revelação de que Shaft é o responsável por manipular a mente de Richter, os diálogos finais entre Alucard e o padre das trevas, e a conversa derradeira durante a batalha final contra Drácula enriquecem a narrativa. Drácula, antes de perder sua alma para as trevas e o caos, descobre que Lisa nunca desejou vingança contra os humanos, apesar de ter sido queimada pela Inquisição.

Embora a história tenha desempenhado um papel importante na evolução da franquia, o verdadeiro destaque de Castlevania: Symphony of the Night reside na jogabilidade. Com Alucard como protagonista, o jogo expandiu as possibilidades da jogabilidade de Castlevania em uma campanha mais longa e rica. Alucard possui uma vasta gama de armas, escudos, transformações (névoa, morcego, lobo), sub-armas clássicas e itens que afetam seus atributos de combate. A combinação desses elementos proporciona uma variedade notável de estratégias de combate.

O bestiário, com 146 inimigos (na versão de PS1), incluindo inimigos comuns e chefes, contribui para a variedade do combate, o que era notável para um jogo de ação e aventura de 1997. Além disso, a aplicação de elementos de RPG em um título de ação e aventura foi uma tendência pioneira que estabeleceu Symphony of the Night como um marco na indústria.

Os cenários do jogo foram brilhantemente projetados, apresentando ambientes diversos, ricos em detalhes, cores e efeitos de iluminação. O castelo de Drácula, em particular, transmitiu uma sensação de imponência esperada. A trilha sonora excepcional de Michiru Yamane e as ilustrações impressionantes de Ayami Kojima contribuíram para fazer de Symphony of the Night um dos jogos mais belos da década de 90 em todos os aspectos sensoriais.

Como todo grande jogo do gênero Metroidvania, Symphony of the Night apresenta um mapa de alta qualidade repleto de segredos. A exploração cuidadosa do mapa é essencial para obter os Holy Glasses, que permitem a Alucard ver que Richter estava sendo manipulado por Shaft. O jogo exige o uso das formas de lobo, morcego e névoa para acessar áreas específicas e obter itens essenciais para a progressão. Além disso, a revelação do castelo invertido após a quebra do orbe mágico de Shaft acrescenta um elemento surpreendente à história.

Mais de 26 anos após seu lançamento, Castlevania: Symphony of the Night continua sendo reconhecido por suas realizações notáveis. Apesar de alguns aspectos menores que podem não ter envelhecido tão bem, como a necessidade de conhecimento prévio do mapa para descobrir alguns segredos, seus méritos superam em muito as imperfeições, tornando-o um marco incontestável na história dos videogames.

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Seu legado no mundo dos games

Super Metroid

Ainda hoje, o impacto de Super Metroid e Castlevania: Symphony of the Night pode ser detectado em vários jogos, desde pequenos títulos independentes até produções AAA de grande escala. Esses jogos, considerados referência na indústria, deixaram uma impressão duradoura no cenário dos jogos devido aos seus designs de cenários excepcionais e sistemas de combate habilmente elaborados. No entanto, o que os diferencia de outros clássicos dos anos 90 é a sua qualidade duradoura, já que continuam a ser jogos excelentes mesmo décadas após o seu lançamento inicial.

Tanto para jogadores experientes quanto para novatos, embarcar em uma expedição ao assustador mundo de Zebes ou ao célebre castelo de Drácula na Transilvânia é uma experiência que vale a pena ter. O gênero estabelecido por Metroid foi executado perfeitamente em sua terceira parcela, enquanto Castlevania: Symphony of the Night integrou uma infinidade de seus elementos distintos, que vão desde mecânicas de combate até sistemas de RPG. Como resultado, ambos os jogos conquistaram legitimamente o seu lugar como a metade quintessencial do gênero agora conhecido como Metroidvania.

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Austra Caroline
Come to the Dark Side. We have coffee with cookies! ☕ Sou Arqueóloga e estudante de História, com atuação como Educadora Patrimonial, onde busco preservar e compartilhar o valor do nosso patrimônio cultural. Além disso, sou redatora em sites voltados para conteúdo nerd, Geek e cultura pop, sempre explorando o universo da cultura geek com entusiasmo. Sou apaixonada por jogos de Hack & Slash, com destaque especial para a série Devil May Cry, que alimenta minha paixão pelo gênero. Nas horas vagas, também me dedico à escrita, onde expresso minha criatividade e amor pela narrativa.

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