A Ordem Mágica – (HQ da Netflix) – Resenha

Millar e Coipel chegam arrebentando no primeiro quadrinho da Netflix!

Resenha de A Ordem Mágica, quadrinho da Netflix

A Ordem Mágica - (HQ da Netflix) - Resenha 01

” Há um motivo pelo qual você nunca viu um fantasma. De dia, eles vivem entre nós como nossos amigos, vizinhos e colegas de trabalho. De noite, eles são feiticeiros e magos que nos protegem das forças da escuridão.” – A Ordem Mágica

A Ordem Mágica (The Magic Order) foi publicado lá fora em seis edições, que saíram entre 2018 /2019. A obra foi compilada aqui no Brasil pela Panini Comics em uma única edição, em capa dura e papel couchê. (Link do Quadrinho no Site da Editora). A obra conta com roteiro de Mark Millar (Kick-Ass, O Légado de Júpiter) e arte de Olivier Coipel (Dinastia M), foi lançada pelo selo Netflix , uma vez que a empresa de streaming comprou a MillarWord (a editora de Mark Millar) em 2017. Com isso a Netflix já ganhou uma gama enorme de títulos em quadrinhos que podem ser adaptados para suas séries e filmes. E A Ordem Mágica, é uma obra que já saiu após essa aquisição, com o selo da Netflix estampado na HQ.

A Premissa de A Ordem Mágica

A Ordem Mágica - (HQ da Netflix) - Resenha 04

A magia propriamente dita sempre permeou a história da humanidade. Seja pelos contos que lemos em livros, envolvendo bruxas, magos, dragões e todo o mundo da fantasia. O que mais se aproxima disso em nosso mundo são os shows de mágica / ilusão que vemos por aí, e que no fim das contas, sabemos que são apenas truques. Mas e se a magia realmente fosse uma realidade e estivesse em nosso mundo, só que disfarçada aos olhos dos seres humanos tidos como normais?

Em A Ordem Mágica temos exatamente essa abordagem, onde existem pessoas que são detentoras de magias, livros, varinhas e outros adereços que vimos tantas vezes em livros e filmes.  A questão toda é que essas pessoas são guardiões do equilíbrio e assim atuam nas sombras, sempre visando garantir uma ordem ao mundo. Essas pessoas fazem parte da tal Ordem Mágica, que aos olhos comuns, são apenas pessoas normais: uma bibliotecária, o dono de uma boate, uma adolescente e etc.

A Ordem Mágica - (HQ da Netflix) - Resenha 02

Porém, se existe uma organização assim, que precisa proteger o mundo, vem a pergunta: proteger de quem? Pois é, digamos que a Ordem Mágica tem inimigos poderosíssimos que estão em seu encalço. E esse é o ponto de partida da trama, já que alguém está matando magos vinculados à ordem, tal qual como um serial killer.

Para onde estamos olhando durante o show de mágica?

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Na linha de frente da Ordem Mágica temos a família Moonstone, da qual temos Leonard – O pai e líder da Família, e que também se apresenta fazendo shows de mágica; Regan – um cara que não se leva muito a sério e é dono de uma boate; Gabriel – um verdadeiro prodígio da mágia, porém está afastado dos demais devido a um trauma; e por fim Cordélia, a garota problema da família que só causa confusão e tem sérios problemas comportamentais. Junto com vários outros aliados, eles formam a Ordem Mágica e pela ótica deles que vamos acompanhar o desenrolar da trama. Principalmente depois que vamos sabendo mais sobre quem está por trás dos planos para destruí-los e a relação / motivações para com a família Moonstone.

Millar acerta em cheio ao fazer da família Moonstone o núcleo da trama, pois cada um dos membros são muito diferentes e distintos entre si, e mesmo com poucas edições o desenvolvimento deles é muito satisfatório. A trama de A Ordem Mágica é muito dinâmica, ou seja, as coisas não enrolam para acontecer. E por conta disso, digamos que ao vermos o desenvolvimento dos personagens e a investigação sobre os assassinatos dos magos, diversas pistas vão sendo inseridas, de modo que o leitor pode passar batido por uma leitura menos precisa.

Detalhes esses que acabam culminando lá no final do quadrinho. Ou seja, assim como um truque de mágica, a questão é para onde estamos olhando. Conceito este que acaba sendo um dos cernes da obra. E mais uma vez a maneira como a trama vai mesclando os conceitos de magia / números de show mágica com a realidade é sensacional.

Millar e Coipel = Ótima sintonia

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Os autores de A Ordem Mágica fazem aqui um dos seus melhores trabalhos. É incrível como Mark Millar criou um “estilo” seu de narrar histórias em quadrinhos. Não se utilizando de muito texto e indo  mais direto ao ponto, a obra ganha muita em agilidade. E isso é complementado magistralmente por Olivier Coipel, que faz um trabalho de arte aqui fora de série. Os detalhes, os ângulos, a caracterização, tudo é muito bem encaixado. Percebe-se que a sintonia entre a dupla estava muito em alta enquanto desenvolviam a obra.

E com esse “estilo Millar” a Ordem Mágica agrada por não ficar tão redundante / verborrágica (onde o texto e imagens acabam falando exatamente a mesma coisa). Outra característica desse estilo é que Millar quando utiliza de algum tipo de violência, ele não tem muitos puderes. E aqui não é diferente. A HQ está recheada de violência, sangue, vísceras e sexo também. E isso também conta com artes fenomenais de Coipel, que faz quadros sensacionais, assim como todo o visual dos personagens e lugares, todos ricos em detalhes.

A Ordem Mágica, vale a pena?

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Dos últimos trabalhos de Mark Millar, sem dúvida A Ordem Mágica foi um dos melhores êxitos. Um quadrinho que soube utilizar muito bem os conceitos de magia e utilizá-los em uma trama que se ambienta no mundo atual. A construção desse mundo é muito bem sucedida, mesmo com apenas seis edições.  Isso mostra um acerto muito grande por parte de Millar em ser preciso em suas abordagens, sem enrolar e assim deixar a trama instigante e fluída. Tudo isso aliada a arte de Coipel, que como já dissemos, está incrível.

Se você procura uma HQ que tem uma boa trama, tudo bem amarradinho, com boas cenas de luta, violência e plot twists, e tudo isso ambientando em um mundo parecido com o nosso, só que recheado com magia e um clima “dark”, pode ir sem medo. Com certeza você sairá satisfeito desse número de mágica, mesmo com todos (ou quase) os truques sendo revelados ao final do espetáculo.

Gostaram da resenha de A Ordem Mágica? Clique aqui para mais resenhas de quadrinhos! E como bônus, a Netflix já encomendou uma série que vai contar com a produção de ninguém mais, ninguém menos que James Wan (Aquaman , Invocação do Mal) que é um nome perfeito para estar a frente da série, uma vez que a série possui esse tom sobrenatural e sombrio. Fique ligado aqui no Meta Galáxia para mais novidades. Grande abraço e até a próxima!

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ANÁLISE CRÍTICA - NOTA
A Ordem Mágica - (HQ da Netflix) - Resenha
André Betioli
Contador formado e atuante de profissão. Grande fã da cultura pop em geral. Amante da cinema, quadrinhos e animes, e através disso tentando entender um pouco mais da realidade através da ficção. Considero Os Cavaleiros do Zodíaco a melhor coisa já feita pela humanidade.
a-ordem-magica-hq-da-netflix-resenhaMark Millar e Olivier Coipel entregam uma HQ fantástica que sabe mesclar perfeitamente o mundo mágico / sombrio com a nossa realidade e cria conceitos e batalhas interessantíssimas. Grande acerto para a Netflix nessa nova investida.

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