Tintim e a Lua (Cia das Letras) – Resenha

Um clássico à frente de seu tempo, Tintim e a Lua é leitura indispensável aos amantes de quadrinhos. Confira a resenha!

tintim e a lua

Ter um clássico como Tintim em mãos é uma experiência que todo leitor devia se permitir um dia. Graças a Companhia das Letras, por meio do selo Quadrinhos na Cia., tive meu primeiro contato com este icônico personagem nos quadrinhos em Tintim e a Lua, um dos lançamentos mais recentes da editora – e certamente um dos melhores do ano!

Digo que foi meu primeiro contato com os quadrinhos de Tintim, e não com o personagem. Tintim e seus amigos marcaram bastante minha infância por meio do desenho animado exibido recorrentemente na TV Cultura nas décadas de 90 e 2000. A animação foi baseada integralmente na obra de Hergé, considerado um mestre dos aclamados quadrinhos franco-belgas que influenciaram gerações.

As aventuras de Tintim me apresentaram ao personagem título, o capitão Haddock, o cachorro Milu, o professor Girassol e os policiais Dupont e Dupond, e os episódios recheados de ação, criatividade e muito bom humor ficaram guardados em minha memória afetiva. Então, ao me deparar com Tintim e a Lua, enorme foi minha alegria e curiosidade em mergulhar na fonte daquelas estórias e no contato direto com seu criador.

Esta HQ, inclusive, é o arco final da animação para televisão (mas não há nenhum problema em ser lida avulsamente).

SINOPSE DE TINTIM E A LUA

tintim e a lua

Tintim e a Lua reúne, na realidade, dois livros: Rumo à Lua e Explorando à Lua (sendo o segundo uma sequência direta). Ao regressar do país do Ouro Negro, o capitão Haddock recebe um telegrama do professor Girassol, avisando que está na Sildávia e pedindo para que o capitão e Tintim lá o encontrem.

No aeroporto de Klow, capital do país, um chofer os aguarda e os leva ao que parece ser uma instalação militar ultrassecreta. Lá encontram Girassol dando os retoques finais num foguete cujo destino é o mais inesperado possível: à Lua. Não fosse o bastante, Girassol deseja que Tintim e Haddock encabecem a expedição!

Porém, além dos perigos que a inédita viagem ao satélite da Terra podem lhes empregar, um obscuro inimigo está a espreita desta jornada espacial e acompanha cada passo do plano de Girassol e seus amigos. O que realmente espera Tintim e companhia no caminho rumo à Lua? Chegarão até ela e conseguirão voltar sãos e salvos?

MUITO À FRENTE DE SEU TEMPO

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É preciso, antes de tudo, situar que este quadrinho – os dois livros, na realidade – foram lançados entre 1952/1953. Estamos falando de 15, 16 anos do homem de fato pisar na Lua. E, ao ler Tintim e a Lua, certamente você ficara boquiaberto e maravilhado como eu.

Hergé não é considerado um gênio à toa. Além de ter criado um grupo de personagens com carisma ímpar e ser um contador de histórias absurdo, é sobretudo um estudioso. Apesar do caráter aventuresco que permeia as aventuras de Tintim, esta obra apresenta um claro embasamento tecnológico e científico que torna a HQ muito verossímil: a expedição à Lua e sobre a Lua é contundente. E como se mostrou na década seguinte na vida real, possível.

Mas o caráter técnico de toda jornada não é o ponto alto – apenas reforça ele para que a jornada seja ainda mais interessante e fascinante. Hergé reúne aqui tudo o que um quadrinho tem de melhor a oferecer: diálogos memoráveis, uma narrativa que só cresce e empolga e uma arte estonteante, que chega a emocionar quando somos enfim apresentados ao espaço e, posteriormente, à Lua.

Imagina como isso deve ter sido em 1953? De certa forma, Hergé previu até a presença de um cão no espaço – antes mesmo da russa Laika, Milu estava lá!

E tudo isso ganha um caráter único quando falamos de Tintim. Todos os principais personagens da HQ estão envolvidos nessa trama com papéis importantes. E a trama espacial não deixa de apresentar as características mais notórias que permeiam seu universo: o enredo policial, a aventura descobridora e claro, muito humor. Não foram poucas às vezes que gargalhei durante a leitura, especialmente com a impaciência de Haddock e o desjuízo dos policiais.

TINTIM E A LUA VALE A PENA?

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Sem sombra de dúvidas! A Quadrinhos na Cia. foi muito fortuita em reunir, pela primeira vez, estes dois livro em um único encadernado que, por sua vez, não apenas se torna um quadrinhos indispensável a todo leitor, mas mesmo um documento histórico que será aqui guardado (e certamente relido) com muito carinho.

Se você é fã de Tintim e seus quadrinhos, Tintim e a Lua é obrigatório. E é uma excelente porta de entrada para quem tem curiosidade de adentrar o universo deste icônico personagem.

A HQ pode ser adquirida no site da Companhia das Letras e nas principais livrarias digitais.

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ANÁLISE CRÍTICA - NOTA
Tintim e a Lua
Escritor, publicitário, louco por esportes e entretenimento. Autor de A Última Estação (junto com Rodolfo Bezerra) e CEP e um dos fundadores do Meta Galáxia.
tintim-e-a-luaUm clássico à frente de seu tempo, Tintim e a Lua é leitura indispensável aos amantes de quadrinhos. Confira a resenha!

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