Ano: 2019 |
Título Original: X-Men Red 1-5 |
Roteiro: Tom Taylor |
Desenho: Pascal Alixe, Mahmud A. Asrar |
Avaliação: ★★★★☆ (Ótimo) |
Em X-Men: Equipe Vermelha Vol. 1, Jean Grey está de volta à vida, ao mundo e aos X-Men. Porém, o mundo que ela conhecia mudou muito, principalmente no que tange ao ódio e ao preconceito aos mutantes, que cresceu de uma maneira incontrolável. Para mudar essa situação, ela decide agir de uma maneira política, se posicionando dentro da ONU para que reconheçam os mutantes como uma nação, mas o que deveria ser uma ação pacífica, acaba aumentando ainda mais a tensão entre humanos e mutantes, quando um antigo vilão dos heróis mutantes começa a agir nos bastidores da política para manchar a imagem dos mutantes e semear ainda mais ódio e violência contra os mutantes.
Essa HQ realmente é incrível!
Primeiro porque toca em um ponto que fez os X-Men serem tão famosos nos anos 60 e 70: o preconceito. Trazendo de volta a luta contra ele como principal foco do roteiro, este volume e essa saga conseguem transcender o clichê do heroísmo (heróis contra vilões), fazendo com que nasça aos olhos do leitor o fator supremo das histórias desses mutantes, e claro, o sonho de Xavier: uma convivência pacífica entre humanos e mutantes. E por que não aplicar isso também a todos os outros problemas sociais advindos do preconceito para a nossa realidade?
Óbvio que esse tema sempre envolveu as histórias dos X-Men, e foi perfeitamente aproveitada por diversos roteiristas, mas nesse primeiro volume, a abordagem está muito moderna e aplicável aos nossos dias, fazendo com que a percepção do leitor seja inserida no contexto.
Segundo porque também traz de volta uma das melhores personagens dos X-Men: Jean Grey e dá a ela o espaço e a importância merecidas. Claro que ela já teve sagas extremamente incríveis no passado (Fênix Negra, etc), mas aqui, ela assume a liderança do grupo, sem interferência de outros personagens mais conhecidos, e consegue atingir seu auge dentro da trama, quase como Ciclope atingiu ao se tornar revolucionário anos atrás. Um novo lado da heroína é mostrado e é muito convincente.
O próprio Noturno, em uma cena diz: “Não sei como nós conseguimos viver tanto tempo sem você”. E de fato, ao leitor essa frase se aplica perfeitamente. Como conseguimos ficar tanto tempo sem Jean? O próprio nome “Equipe Vermelha” faz muita alusão à sua líder “ruiva”, não é mesmo?
Outra linda cena é Jean montando sua visão de futuro do mundo e como conseguirá alcançar, e ao mostrar para Noturno, ambos ficam contemplando o céu, extremamente emocionados. Se você entrar com todo o coração nessa cena e ficar imaginando o mundo que eles contemplaram, com certeza sairá algumas lágrimas.
Mas a trama de X-Men não seria completa se não houvesse um time, não é mesmo? A equipe vermelha é montada de maneira desajeitada, mas quando está completa, traz aquela sensação de segurança que os heróis mutantes sempre conseguem, principalmente pela união. Gambit, Noturno, Trindade, Novíssima Wolverine, Gaby, Tempestade e até mesmo Namor entram nessa batalha pelo sonho de Xavier.
Não espere grandes batalhas contra enormes seres ou inimigos superpoderosos nesse volume. Claro que a ação está presente, mas a trama está tão bem bolada que o vilão principal age por debaixo dos panos e a luta é totalmente política, contra o ódio, o preconceito e contra a própria mídia (internet e televisão). Será que os poderes e habilidades mutantes serão capazes de vencer inimigos tão poderosos como esses?
Vamos descobrir nos próximos capítulos.