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Resident Evil: Welcome To Raccoon City | Análise

Resident Evil possui uma grande quantidade de adaptações. Há obras em CGI, como os filmes Vendetta, Condenação e Degeneração; e a – bizonha – série da Netflix, Infinity Darkness. No cinema, a franquia de zumbis da Capcom foi adaptada em seis filmes protagonizados por Milla Jovovich, extremamente criticadas, mas um sucesso de bilheteria. Com Welcome to Raccoon City, havia a promessa de uma nova proposta, muito mais fiel aos jogos originais. Todavia, nem só de fidelidade vive uma adaptação, ainda mais quando não se sabe o que adaptar.

Um monte de referência solta…

Welcome to Raccoon City , em resumo, é um aglomerado de elementos dos jogos. Porém, aparentemente houve um sorteio para decidir em que ordem as coisas aconteceriam. Além disso, neste sorteio, foram colocados elementos originais, que podem ter vindo do diretor, como o desnecessário cenário do orfanato.

Para começo de conversa, quando um estúdio decide apostar em uma obra, deve ter confiança nela. O que fica claro nesta adaptação é que falta confiança no material original. O primeiro de tudo, é a ordem cronológica dos acontecimentos e os personagens. Fica evidente a tentativa de utilizar todos os protagonistas e Wesker simultaneamente, possivelmente por medo de alguém não ver o filme pelo seu personagem favorito não estar nele.

Outra questão é o excesso de plots, pois o filme tenta resumir Resident Evil 1 e 2 em menos de duas horas, excluindo muitas coisas e adicionando outras. Não é difícil imaginar o quanto isso dá errado, não agradando nem o público fã da franquia e nem o público novo, que acompanha uma história corrida e pouco interessante.

E nem era difícil

As vezes pode ser por culpa do estúdio, por isso evito também criticar roteiristas e diretores e sim o filme num geral. Mas Resident Evil possui uma fórmula bem simples e que absolutamente ninguém tem coragem de adaptar pra cinema. Um terror psicológico, em um cenário com poucos recursos e tenso. Atmosfera é a palavra que define a adaptação de qualquer jogo. Em Silent Hill, por exemplo, não há uma adaptação perfeita, mas há uma eficiência em captar a atmosfera e passá-la ao filme.

Quando vemos em tela tantos personagens e tantos elementos ao mesmo tempo, não há como sentir a sensação de perigo, pois sempre há uma fuga fácil. O medo, a sobrevivência ao horror, não ocorrem em momento algum no filme. Sem captar a essência do que é Resident Evil, falha-se como adaptação. Temos poucos momentos inspirados, como algumas – rápidas – cenas na mansão e na delegacia. Haveria, se os roteiristas quisessem, material suficiente para adaptar um jogo por vez ou em duplas (RE0 e RE1, depois RE2 e RE3). Mas o filme escolhe ignorar o primeiro e último, adaptando dois jogos completamente desconexos na maior parte do tempo que são RE1 e RE2 e criando elementos estranhos para tentar conectá-los.

Conclusão sobre Welcome To Raccoon City

No fim, o novo filme da franquia Resident Evil é nada mais do que um aglomerado de tentativas. Tentativa de ser fiel, porém simplesmente adicionando referências soltas e sem lógica. Tentativa de agradar a todos, misturando jogos e personagens, descaracterizando-os no processo. Mas tudo isso sem tempo suficiente de tela, ou organização suficiente. Não foi fiel como Silent Hill e nem original suficiente para assumir sua própria identidade como os de Paul Anderson. Ainda, da maneira como as coisas foram desenvolvidas muitos plots interessantes deixarão de ser explorados por consequência – como Nemesis, por exemplo.

Fica como mérito, o bom desenvolvimento de Wesker como personagem do filme – e não como adaptação. E, em suma, as sementes plantadas para um “Code: Verônica” mais próximo do original, já que o filme descarta qualquer possibilidade de uma adaptação decente dos outros jogos. No fim, como adaptação, o filme é fraco. Ignorando esse aspecto, é um filme promissor, mas corrido e pouco confiante. No máximo, medíocre.

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