Outubro, mês das crianças, mas, também, mês do terror. Para muitos, uma época de diversos lançamentos, mas, nos últimos anos, um mês tomado de nostalgia e de relançamentos. Ainda em outubro teremos, por exemplo, o retorno de Michael Myers às telonas. Porém, o último Halloween foi um sucesso de crítica e bilheteria, bem diferente de mais um regresso: Chucky! Este vem devendo há muito tempo, nunca tendo atingido um nível lá muito alto de qualidade. Todavia, Chucky 1×01 vem com tudo ao trazer aquele que é, até aqui, o melhor que Brinquedo Assassino já nos proporcional com Death By Midsaventure.
E mais uma vez, Chucky quer brincar!
Eis que o boneco mais famoso do mundo retorna em Chucky 1×01. Desta vez, porém, no formato de série, o que já se mostrou um acerto nesse primeiro episódio por diversos fatores. Sou um grande fã da franquia, sendo os filmes Brinquedo Assassino aqueles que mais revi ao longo dos anos, sempre me divertindo com a sanguinária trajetória de Chucky. Todavia, há de se admitir, que em nenhum momento a franquia justificou sua fama em qualidade, somente em sua premissa simples – mas chamativa, a qual Mancini foi eficiente em tomar para si.
Pra começar Chucky é claramente uma série feita para quem acompanha o boneco, ainda que o roteiro não exija conhecimento prévio – algo essencial quando você troca de mídia, neste caso, do cinema para a televisão. Assim, há referências em cenas e tudo que já conhecemos em clichês do horror. Mas, como expliquei aqui, o clichê não é necessariamente algo ruim. O tempo de tela permite um melhor desenvolvimento dos personagens, algo próximo do que o primeiro filme fez, sem que precisemos acompanhar várias mortes em um curto período de tempo. Assim, temos tempo suficiente de absorver a introdução de cada personagem, do protagonista, até culminar na primeira morte do filme.
A consciência de que o telespectador – ainda que nunca tenha visto nenhum filme – sabe que Chucky está vivo também ajuda. Há certos closes mostrando reações do boneco de maneira desnecessárias as vezes, mas, num geral, a construção de situações sempre sendo acompanhadas por Chucky ajuda na ligação de tudo. O boneco, ao lado do protagonista, cria tudo que vemos em tela de maneira natural e orgânica – a própria presença de Chucky é.
Amigos até o fim?
Ao final do episódio, temos aquele que deve ser o diferencial da série. Nosso protagonista – Jake, não o boneco, claro – é desenvolvido como o clássico Andy. Todavia, dessa vez não temos um surto com a revelação do boneco e sim uma aparente formação de amizade. A relação entre os dois deve ser melhor desenvolvida ao longo dos dez episódios – que parecem muito, por melhor que este primeiro tenha sido. Em um ambiente hostil, Jake vê em Chucky o mais próximo de um amigo, de alguém com intenção de ajudar, ainda que saibamos que o boneco só está tentando se divertir. Toda premissa soa muito parecida com o Remake lançado há pouco tempo, mas temos o sarcástico e original Boneco Assassino em tela desta vez.
Com isso, Chucky 1×01 nos aproxima do que deve ser um massacre, mas também de relações interessantes, abordando assuntos atuais e antigos, com o que parece ser um aprofundamento do boneco através de sua infância. A relação dos dois protagonistas deve dar em briga com o fim da temporada, mas até lá há uma brecha incrível para uma relação complexa ser desenvolvida. Os efeitos não foram muitos bons, a trilha sonora é questionável. Todavia, há tudo que muitos filmes do boneco tentaram ser e não foram. Ansioso pelos próximos episódios!