Resenha Game Of Thrones Episódio S07E06.
Antes de tudo, um episódio que sobreviveu a uma das maiores exposições de spoilers de que se tem notícia.
Com o vazamento na última terça (15), após uma exibição errada por parte da HBO espanhola, o sexto episódio da sétima e penúltima temporada de Game Of Thrones gerou um grande buzz nas redes e dividiu opiniões – tanto daqueles que baixaram o episódio vazado imediatamente e aqueles que decidiram esperar até a exibição oficial da HBO aqui no Brasil mas, também, em relação aos fatos ocorridos na trama. Fato inegável é que este foi, sem dúvidas, um divisor de águas na série.
Nele, muitos dos boatos, teorias e expectativas dos fãs foram confirmados, entregando aos expectadores uma dezena de fan services – o que desagradou, especialmente, os fãs dos livros, em virtude de muitas cenas seguirem um caminho que parecia muito óbvio ou pela velocidade em que tais fatos ocorreram.
De todo modo, não se pode negar que a reta final da temporada está deixando cabelos em pé e corações acelerados. Jon e sua caravana de destemidos cruzaram o Norte da Muralha e se depararam com a maior horda de White Walkers já vista, em uma sequência de tirar o fôlego e nos deixar apreensivos diante da eminente morte de algum membro da corajosa e imprudente empreitada – não sem antes sermos presenteados com a aparição de um enorme URSO zumbi de gelo, que feriu gravemente Thoros de Myr.
Gendry demorou anos a reaparecer, mas ainda não teve seu grande momento. Entretanto, foi o responsável por avisar Daenerys de que Jon e cia. encontravam-se cercados pelo exército do Rei da Noite. E somente ela, com seus dragões a tiracolo, teria o poder e a velocidade suficientes para salvar os guerreiros de uma morte já certa. Antes disso, entretanto, Daenerys e Tyrion tiveram uma acalorada discussão, que colocou o anão em uma posição de descrédito com a Rainha dos Libertos.
Enquanto isso, a tensão entre Arya e Sansa se acirra em Winterfell. Mindinho manipula Sansa facilmente, sendo ela convencida a enviar Brienne a Porto Real, ficando à mercê dos desconfiados Lordes do Norte. Arya, repleta de ódio pelo que Sansa fez no passado em relação a Ned e os Lannisters, mostra à irmã o quanto mudou e que, se quisesse, poderia matá-la a qualquer momento. Sansa, neste episódio, termina acuada e manipulável, como se houvesse regredido e perdido toda a confiança adquirida após a morte de Ramsey.
De volta ao norte da Muralha. Talvez a cena de maior êxtase da temporada: Daenerys surge com seus três dragões, incinerando centenas (ou até milhares) de caminhantes brancos, destruindo crostas e montes de gelo e deixando uma grande vala no exército dos mortos. O resgate, no entanto, não poderia ser concluído sem uma baixa de peso: Dany perde Viserion, atingido em cheio por uma das lanças de gelo do Rei da Noite. A morte do dragão é uma das cenas mais lindas (e tristes também, por que não) de toda série, na qual a fera vai caindo em meio a fogo e gelo, deixando um rastro de sangue nos céus e, por fim, mergulhando no fundo das águas sombrias e escuras do local, enquanto Rhaegal acompanha a morte do irmão, sobrevoando-o até o fim.
viserion's death was the most tragic death of 2017. no one challenge me on this. #GameOfThrones pic.twitter.com/w6IFV9e8cQ
— osha (@oshawildling) August 21, 2017
Jon, mais uma vez, flerta com a morte e escapa de um afogamento, mas ainda teria que lidar sozinho com o exército de caminhantes e seria liquidado, não fosse a milagrosa intervenção de Benjen (sim, ele mesmo, o quase-morto, que especificamente apareceu em apenas três episódios da série), que sacrifica-se para salvar o sobrinho bastardo e envia-lo a Atalaialeste. Embora parecesse óbvio, aquela certamente não era a hora de Jon Snow morrer.
Por fim, talvez o maior fan service da série: um diálogo “Jonerys”, que reafirmou a aproximação e atração (talvez um pouco acelerada, é verdade) entre Jon e Daenerys, com direito ao Rei do Norte chama-la de “Dany” e reconhece-la como sua Rainha. A relação de aliança é recíproca por parte da Targaryen, que sela o pacto de união contra o Exército do Rei da Noite. O sentimento entre os dois, neste momento, parece estabelecido e promissor, mas pode sofrer abalos se a descoberta da verdadeira origem de Jon vier à tona.
E o episódio não poderia terminar sem que um dos boatos mais famigerados que corriam desde a temporada passada se concretizasse: o “nascimento” de um dragão de gelo – no caso, o filho de Daenerys, agora renascido como Outro pelas mãos do Rei da Noite. Imaginar um confronto entre Drogon e Viserion, o novo Dragão de Gelo é, no mínimo, EXTASIANTE.
Por mais que os fatos estejam cada vez mais acelerados e talvez seguindo caminhos menos surpreendentes e, por tanto, mais óbvios, nada impedirá que tenhamos um season finale formidável e que valerá a longa espera pela próxima temporada.
Veja a resenha do episódio anterior aqui.