Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman) – Resenha

Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman) – Resenha do filme

Ano: 2018
Título Original: BlacKkKlansman
Dirigido por: Spike Lee
Avaliação: ★★★★☆ (Ótimo)

Baseado no livro autobiográfico, “Black Klansman” do próprio Ron Stallworth, Infiltrado na Klan (BlacKkKlansman) é uma comédia dramática do final de 2018 co-escrita e dirigida por Spike Lee. Recentemente indicado ao Golden Globes e ganhador de prêmios como Locarno Festival e Cannes Films Festival, o filme traz a história de como o detetive Ron Stallworth (John David Washington) conseguiu se infiltrar e sabotar a Ku Klux Klan com a ajuda de um parceiro, judeu, Flip Zimmerman (Adam Driver) que em alguns momentos se passa por ele.

O longa exibe o cenário da briga racial, política e sociológica nos Estados Unidos no final dos anos 70. Ron é um policial novo de Colorado que inicialmente aparenta não tomar partido de algum lado da briga, colocando em mente somente seu objetivo de tornar-se um policial. Infiltrado na Klan mostra algumas articulações políticas/raciais negras quando começa a trabalhar como um detetive infiltrado. Em uma dessas ocasiões até mesmo Carmichael (ativista negro).

Se o filme não fosse baseado em uma história real, certamente poderia se concluir que essa seria uma comédia fantasiosa. Um dos pontos para se dizer isso é que, interessado em boicotar a KKK, Ron Stallworth decide então começar por trocar telefonemas com integrantes do grupo utilizando sotaque mais interiorano e palavras mais refinadas. Obviamente, mesmo sendo baseado em fatos que realmente aconteceram, alguns fatores foram alterados para que o filme tivesse maior entretenimento e trouxesse um humor mais crítico.

BlacKkKlansman mostra paralelos de dias atuais com ações que aconteciam no passado. Um exemplo disso é o discurso da considerada “extrema-direita” adotando uma “capa democrática” para entrar na política. O racismo velado e institucionalizado também é um dos grandes assuntos abordados. Até mesmo Ron mostra-se um pouco descrente nisso no início do filme, mas depois vai tomando consciência dos assuntos ao ter contato com a ativista Patrice (Laura Harrier). Isso também acontece com Flip quando, se passando por Ron, começa a ter um contato maior com integrantes da KKK

Apesar de poucas cenas mostrando a cidade em si, a caracterização dos personagens com suas roupas e cabelo, as casas e os carros trazem com clareza tempos passados. Infiltrado na Klan dosa muito as cenas mais bem humoradas, como já dito, para trazer muito mais um humor crítico do que um piada por graça.

Para explicar todo o cenário de conflito, o roteiro do filme abusa de referências, tais como: Bird of a Nation para explicar a exaltação da supremacia branca, Festa do Chá de Boston remetendo conflitos e eugênia, a citação de Angela Davis para falar da importância de mulheres negras naquela época, bem como hoje, dentre várias outras referências.

Ao final, Infiltrado na Klan compara tudo o que citou no filme com imagens atuais para mostrar que mesmo depois de tantos anos, parece que não houve muita diferença. Frases ditas com grande poder de reflexão fazem com que quem assiste pare para pensar sobre no meio do filme. É uma obra de grande importância para entender relações de convivência.

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Análise Crítica
Data
Título Original
Infiltrado na Klan
Nota do Autor
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