Preconceito: como os estrangeiros veem o sucesso do Brasil nos eSports?

Brasileiros da Ninjas in Pyjamas (NiP) durante o Six Invitational de 2020
Brasileiros da Ninjas in Pyjamas (NiP) durante o Six Invitational de 2020

Preconceito: como os estrangeiros veem o sucesso do Brasil nos eSports?

Uma tema levantado pelo streamer Alexandre “Gaules” recentemente gerou um grande impacto. E claro: virou assunto entre os fãs de eSports de maneira MUITO rápida. Portanto, também decidimos trazer: como os estrangeiros veem o sucesso do Brasil nos eSports? Afinal, o Brasil já é um dos grandes nomes, no que se refere aos esportes eletrônicos. Só que parece haver um incômodo vindo de outros países.

Ao publicar um print das estatísticas de uma derrota da Chaos para a Ze Pug Godz, então o profissional reacendeu a polêmica sobre a suposta trapaça da equipe americana contra a MIBR nas qualificatórias para o cs_summit 6. Além disso, Alexandre “Gaules” virou alvo de grandes figuras internacionais do CS:GO – como Nicolai “dev1ce”, da Astralis, e Danny “fRoD”

Alexandre Gaules sustenta a posição de que a Chaos utilizou cheats para levar a melhor sobre os brasileiros. Bom, logo isso gerou bastante crítica. O argumento principal contra Alexandre “Gaules” é de que ele está sendo irresponsável, pois afirma isso sem as respectivas provas.

A resposta de Gaules à situação ampliou o debate! Ele indagou sobre a xenofobia sofrida pelos brasileiros nos esportes eletrônicos – um fator que ele crê que não é combatido pelos estrangeiros. Por exemplo, muitos torcedores brasileiros são alvos de racismo. Ele citou os representantes nacionais e os torcedores serem chamados de “macacos”, assim como a ausência de qualquer comentário por parte das figuras relevantes.

Em qualquer campeonato internacional, você entra em stream, e a gente é macaco. Você entra em um fórum do HLTV, e você é um macaco. Ninguém, nunca um jogador lá de fora, apareceu para defender você. Nenhum comentarista, personalidade. Todo mundo assiste a isso, passa um pano e ninguém faz nada.

Alexandre “Gaules”

E esse tema ainda vai longe!

A discussão é muito ampla. Em primeiro lugar, Alexandre Gaules tem um bom ponto. E é inegável que existe muito preconceito no mundo ainda. Entretanto, é realmente polêmico fazer algumas afirmações sem as respectivas provas.

Em segundo lugar, essa reclamação não se limita ao Counter-Strike. Quem vive o cenário (competitivo ou não) de outros jogos sabe que há muito preconceito velado com o Brasil. Por exemplo, alguns fãs relembram sobre um vídeo ao longo da discussão: o vídeo do comentarista Duncan “Thorin”, feito em 2017, sobre a polêmica envolvendo a Immortals e o jogador Vito “kNg” – desligado da organização após ameaçar o canadense Pujan “FNS”, à época na Couter Logic Gaming, via Twitter

Thorin comenta a atitude de kNg e diz que não é a favor de generalizar, mas que é importante compreender que muitos vêm de lugares “pobres, subdesenvolvidos, e que não tiveram a mesma educação, não leram os mesmos livros, assistiram aos mesmos filmes, ouviram as mesmas músicas ou tiveram o mesmo impacto cultural” que outros. É possível assistir ao trecho, em inglês, a partir dos 25 minutos do vídeo abaixo

O americano Kyle “Bugha” foi campeão mundial de Fortnite. Entretanto, o campeão já comentou não saber que o Brasil é um país. Durante transmissão na Twitch, ele se surpreendeu com esse fato e também com a América do Sul ser um continente. Sim, tal fato aconteceu. Nas redes sociais, brincou que o único mapa que conhece é o do Battle Royale da Epic Games.

Se você já jogou com os nossos vizinhos sul-americanos em qualquer jogo on-line, há chances de já ter sido chamado de macaco. Quando o adversário é norte-americano, o tratamento não é menos xenofóbico. Sempre há esse desprezo. Obviamente, a intenção não é generalizar! Não é todo mundo que é preconceituoso, mas a barreira internacional da internet oferece ao agressor a segurança de falar os maiores absurdos possíveis com uma certa segurança de que nada lhe acontecerá! Infelizmente, isso acontece!

O fato é que o esporte eletrônico ampliou a voz de muitos no Brasil, assim como a relevância do país perante o mundo neste mercado. Basta reparar em vídeos que mostrem imagens de torcedores, seja qual for o campeonato de eSports: se houver registros de brasileiros nas arquibancadas, eles certamente estarão nas produções. A animação contagiante é mais um dos elementos que fazem o país tão especial.

O esporte eletrônico é um elemento perfeito para a união. Você pode encontrar pessoas de diferentes nacionalidades, assim como de gêneros, idades e gostos diferentes. Pode não estar sendo assim por completo, atualmente. Entretanto, não podemos desistir. Além disso, não podemos acreditar que internet é “terra sem lei”. Sabemos que os obstáculos e o sentimento de “terra sem lei” passado pela internet é um enorme desafio, mas não há espaço para xenofobia. Muito menos em um mercado em que o respeito prevalece. Portanto, denuncie as atitudes preconceituosas sempre que possível!

Em conclusão, essa é a nossa atual discussão sobre o preconceito. Infelizmente, ainda precisaremos lidar muito com o preconceito. Isso dentro daqui do Brasil, mas também o preconceito vindo dos estrangeiros.

Conte para nós: você já passou por situações tensas nos jogos eletrônicos? Gostaria de dividir conosco?

Fonte: UOL Start

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Caroline Ishida Date
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