Por que Silent Hill 2 ainda é relevante (e o que o remake pode melhorar)

Silent Hill 2 Remake está pronto para causar um enorme impacto nos jogos mais uma vez, provando que SH2 ainda é relevante há mais de 20 anos nas prateleiras dos jogadores.

Silent Hill 2

Por que Silent Hill 2 ainda é relevante (e o que o remake pode melhorar)

Criar uma experiência de terror verdadeiramente inesquecível é uma forma de arte por si só. O medo perturbador que surge ao vagar por corredores cavernosos aparentemente intermináveis, com formas sombrias espreitando à distância, é o tipo de ambiente que todo jogo de terror aspira alcançar. Silent Hill 2 se destaca como um excelente exemplo de como criar com maestria esse tipo de atmosfera arrepiante.

A Konami e a Team Silent criaram um jogo que deixou um impacto duradouro nos jogadores durante décadas, graças à sua atmosfera e jogabilidade perturbadoras. O jogo foi tão eficaz que um remake de Silent Hill 2 está no horizonte, pronto para aterrorizar novamente os jogadores, duas décadas após seu lançamento inicial. Até hoje, o jogo continua sendo um título altamente significativo, principalmente em seu gênero.

Silent Hill 2 é um jogo com um legado incrível

Revisitar Silent Hill 2 é comparável a revisitar a saga do Superman neste estágio da cultura pop. As reviravoltas foram há muito desvendadas, e a trama do jogo tornou-se tão ubíqua quanto o desfecho de O Sexto Sentido. O aspecto fascinante de Silent Hill 2, em vez disso, reside em seu legado duradouro. Amplamente considerado um dos melhores jogos de todos os tempos, esse reconhecimento é amplamente atribuído à narrativa que aborda temas difíceis e tabus com uma precisão hábil. Ao longo das últimas duas décadas, o jogo tem consistentemente ocupado posições de destaque em listas dos “melhores”, uma conquista notável.

No cerne, Silent Hill 2 explora o tema dos traumas, tanto internos quanto externos. Cada personagem está imerso em uma fase distinta do processo de lidar com o trauma. O que torna cada um deles singularmente complexo é o fato de que a maioria também desempenha papéis de perpetradores em alguma medida. Seja por autodefesa (Angela), vingança (Eddie) ou escolhas complexas (James), todos estão em Silent Hill para escapar das consequências de suas ações e do que lhes foi infligido. O jogo exige uma abordagem diferenciada para interagir com seu conteúdo e solicita um nível significativo de envolvimento por parte do jogador.

Uma experiência complexa

Silent Hill 2 é uma experiência notavelmente envolvente, exigindo do jogador uma participação ativa. Semelhante aos romances de Dostoiévski, o jogo obriga o jogador a explorar mentalmente territórios desconfortáveis para compreender a trama e o ambiente. James não está aprisionado pela cidade; ele é cativo de suas próprias ações, que, paradoxalmente, deveriam proporcionar-lhe liberdade. O mesmo se aplica aos personagens que compartilham seu sofrimento.

Esta é uma vivência destinada a permear os recessos mais sombrios da mente, pois o verdadeiro horror de Silent Hill 2 reside na possibilidade de que qualquer um desses personagens poderia facilmente ser uma figura real. O horror não está em Pyramid Head ou nas enfermeiras que refletem a monstruosa frustração e vergonha sexual de James. O verdadeiro horror reside na existência de Angelas e Eddies no mundo real, cujos traumas os transformam em seus próprios pesadelos, muitas vezes irreconhecíveis até para eles mesmos. James não é o herói desta narrativa; ele é vítima de suas próprias ações e, no processo, torna-se algoz de outros.

Não há espaço para heróis em uma trama como a de Silent Hill 2, apenas pessoas deixadas à deriva após uma ruína existencial, lidando com as consequências de ações tomadas em resposta à angústia pessoal. O desfecho da história depende sutilmente das escolhas do jogador, desde o início até o fim do jogo.

Compreender isso pode ser desafiador para os jogadores contemporâneos, uma vez que a literacia midiática se tornou menos matizada ao longo dos últimos anos. Em um mundo que tende a se enredar em compreensões simplificadas, torna-se mais difícil para as pessoas se confrontarem com o desconforto. Silent Hill 2, por sua vez, se situa em um mundo cinzento, cuja tonalidade é moldada pelas próprias ações e escolhas dos jogadores.

O remake de Silent Hill 2 precisa de sua própria identidade

O desafio que o remake de Silent Hill 2 enfrenta é considerável, dada a paisagem saturada de remakes e reinicializações no mundo dos jogos. Uma abordagem para se destacar reside na recontextualização da narrativa centrada no trauma e nas respostas dos personagens. No jogo original, o jogador experimenta os traumas alheios através da perspectiva de James, limitando os julgamentos à sua visão pessoal. Ampliar o escopo do jogo para explorar os mundos internos de mais personagens pode intensificar a experiência, tornando-a mais desconfortável e abrangente.

O remake se beneficia de seu pedigree, mas as lições aprendidas com remakes recentes destacam que uma abordagem eficaz envolve pegar o original e introduzir mudanças significativas. Silent Hill 2 precisa equilibrar-se habilmente entre a fidelidade ao original e a capacidade de se tornar uma entidade única e impactante por conta própria. Essa corda bamba narrativa e criativa é um desafio que precisa ser cuidadosamente navegado para garantir o respeito à obra original, enquanto simultaneamente oferece algo novo e intrigante aos jogadores contemporâneos.

Atualmente, alguns títulos da franquia estão disponíveis à venda via Steam. Você ainda está na dúvida se realmente compensa jogar o original? Se sim, então confira o que achamos em nosso portal: Silent Hill 2 (PS2) – Bem vindo a mente de James Sunderland.

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Caroline Ishida Date
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