Por que Kill La Kill é um clássico do anime?

Kill La Kill é um anime lendário, mas o que o torna um clássico?

Kill la Kill

Por que Kill La Kill é um clássico do anime?

Cada temporada de anime traz consigo uma ou mais séries notáveis, sendo que a maioria apresenta diversos títulos novos e antigos habilmente produzidos. Entretanto, muitas dessas produções desaparecem da memória do público assim que a temporada chega ao fim, cedendo lugar a novidades. Contudo, essa dinâmica não se aplica a todos os programas, pois alguns conseguem manter sua popularidade muito tempo após o encerramento, sendo constantemente lembrados pelos fãs de anime e figurando em diversas listas de “imperdíveis”, solidificando assim sua posição como clássicos do gênero. O anime Kill la Kill é um exemplo disso, mas o que o destaca entre os demais programas?

As fronteiras precisas que distinguem um anime simplesmente bem avaliado ou popular de um clássico são difíceis de definir, pois cada fã de anime possui suas próprias métricas e critérios, baseados em preferências pessoais e na escola de pensamento que seguem. No entanto, há certos elementos considerados amplamente como indicadores sólidos de um clássico.

O que torna um anime clássico?

Kill la Kill

Um dos elementos fundamentais é a duradoura popularidade, pois, enquanto as tendências surgem e desaparecem, um programa que mantém sua relevância muito tempo após a exibição original claramente conquistou seu lugar, continuando a ressoar com o público mesmo depois que seu contexto inicial se dissipou. Além disso, é amplamente reconhecido que para um anime ser verdadeiramente considerado um clássico, ele deve introduzir algo singular, elevando conceitos existentes a um patamar inédito ou até mesmo criando um gênero completamente novo. Outro aspecto crucial que distingue um clássico é sua influência duradoura na indústria, sendo citado como referência por outros criadores, imitado ou desenvolvido por programas subsequentes. Um verdadeiro clássico molda o zeitgeist e deixa uma marca visível nos trabalhos que o sucedem.

Kill la Kill se destaca notavelmente em sua narrativa. Em sua essência, a trama segue Ryuko Matoi em sua jornada pela Academia Honnouji para desvendar o assassinato de seu pai, envolvendo-se inadvertidamente na estrutura autoritária da escola. Ela é forçada a lutar para sobreviver e obter as respostas que busca desesperadamente. A história, no entanto, se desenvolve de maneira rápida, desconstruindo tropos de anime de batalha e garotas mágicas, aprofundando-se à medida que as narrativas dos diversos personagens se entrelaçam. O tempo de execução é habilmente utilizado para abordar temas mais amplos, como a luta comum dos adolescentes para encontrar seu lugar no mundo e construir sua própria noção de certo e errado, especialmente em ambientes que valorizam a conformidade.

O tom exagerado e o humor marcante do programa capturam vividamente a confusão delirante da adolescência. Além disso, a narrativa aborda questões mais profundas, como as dificuldades que as mulheres enfrentam ao crescerem num mundo que objetifica seus corpos e como o sangue e os laços familiares podem perpetuar traumas em estruturas de poder.

Essa qualidade se estende ao aspecto visual da série. Embora Kill la Kill não seja o pioneiro em seguir uma estética exagerada em séries de batalha, ele leva essa abordagem a um novo patamar, combinando diversos estilos visuais para criar uma estética única que mistura animação tradicional, o exagero distintivo do mangá, simbolismo moderno e ação explosiva do então popular shonen, unindo-os em uma composição coesa. De fato, um dos pontos mais fortes de Kill la Kill é sua estética singular, tornando qualquer quadro do programa instantaneamente reconhecível como parte dele, uma façanha notável dada a vasta quantidade de anime lançada a cada temporada.

A trama e a estética se entrelaçam para criar um dos elementos mais controversos, porém memoráveis, de Kill la Kill: seu fan service. Inicialmente, o fan service pode parecer excessivo, com os trajes cruciais para a trama deixando pouco para a imaginação, expondo uma quantidade quase cômica de pele. Isso é intensificado pela transformação de Ryuko, que não esconde nada, e pelos comentários sexualmente carregados dos personagens. No entanto, o programa revela habilmente que essa é uma desconstrução cuidadosamente conduzida do fan service, usando-o para destacar a importância do receio inerente de ser visto, especialmente em um mundo que não aceita a individualidade. O corpo é politizado, com a moda sendo uma ferramenta que impõe normas sociais e destaca aqueles que o sistema considera dignos de abuso ou marginalização, inserindo Kill la Kill na discussão sobre fascismo e dinâmicas sociais.

O legado duradouro de Kill la Kill

Kill la Kill

Todos os elementos se entrelaçam para solidificar Kill la Kill como um verdadeiro clássico. Embora diversas séries tenham se inspirado nele ou tentado emular suas realizações, nenhuma conseguiu se aproximar de igualar sua singularidade ou evocar a mesma sensação. Apesar de Kill la Kill incorporar homenagens a outras obras, como FLCL e Sukeban Deka, e dedicar considerável tempo à desconstrução de clichês de gênero amplamente utilizados, o resultado final é uma amalgama única, transcendendo suas influências para se tornar uma criação totalmente original, mesmo ao longo do tempo.

Além disso, é evidente o impacto que Kill la Kill deixou na indústria. Para muitos, o lançamento do programa em 2013 marcou o início de uma nova era para o anime. Kill la Kill e as séries contemporâneas sacudiram os gêneros estabelecidos, desconstruindo-os e reconstruindo-os de maneiras que ampliaram seus limites, permitindo que produções subsequentes fossem mais experimentais e ousadas. Seus visuais também estabeleceram bases para um estilo de anime renovado, caracterizado por uma fidelidade visual aprimorada, mas capaz de explorar direções mais estilizadas, inclusive chegando ao surrealismo total quando necessário. Desde seu lançamento, muitas produções claramente se inspiraram em Kill la Kill, incluindo trabalhos posteriores do Trigger como Darling in the Franxx e SSSS.Gridman, assim como produções de outros estúdios, exemplificadas por Space Dandy e One Punch Man.

Kill la Kill é, indiscutivelmente, um anime clássico, tanto por suas realizações intrínsecas quanto pelo significado que carrega. A série mantém sua inventividade e emoção, sendo tão cativante hoje quanto era em sua estreia, proporcionando uma experiência que novos fãs de anime, mesmo aqueles nascidos após seu lançamento, podem apreciar sem restrições. Além disso, sua influência transformadora na indústria de anime estabeleceu um caminho para muitas séries subsequentes, solidificando-se plenamente como um anime lendário e indispensável.

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Caroline Ishida Date
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