House of The Dragon 1ª Temporada – Resenha

Temporada inicial de House of The Dragon resgata grandeza da obra de George R.R. Martin para as telinhas

Temporada inicial de House of The Dragon resgata grandeza da obra de George R.R. Martin para as telinhas

O hype está mais que justificado. Se havia ainda algum receio quanto ao retorno do universo de Game of Thrones às telinha após o final da série principal, que trouxe frustração para muitos, House of The Dragon mostra que o legado de As Crônicas de Gelo & Fogo segue mais vivo do que nunca.

Anunciada em outubro de 2019, a série spin-off, baseada no livro Fogo & Sangue foi recebida com expectativas divididas pelos fãs. Não somente por Game of Thrones ter, durante muito tempo, sido a série televisiva de maior sucesso, mas especialmente pelo final agridoce com que terminou naquele mesmo ano.

David Benioff e D.B. Weiss, a dupla de criadores de GOT, foi vilanizada, mesmo com mais acertos que erros ao longo do seriado original. Fato é que, pese isto ou não, quem assumiu as rédeas da nova foi produção foi Ryan J. Condal, criador da série Colony, e o próprio R.R. Martin.

A participação mais direta de Martin e a aposta no produtor Condal se mostraram mais que acertadas. House of The Dragon conseguiu resgatar tudo que há de melhor no universo de Game of Thrones e ainda introduzir novos elementos para revigorar este universo.

SINOPSE DE HOUSE OF THE DRAGON

(Reprodução: House Of The Dragon / HBO)
(Reprodução: House Of The Dragon / HBO)

House of The Dragon nos transporta para cerca de duzentos anos antes dos eventos principais de Game Of Thrones. Naquele tempo, os Targaryen governavam Westeros, que foi conquistada e unificada antes por Aegon I, O Conquistador, que iniciou o duradouro reinado da Casa do Dragão naquele continente e prolongou a vida dos Targaryen após a queda da antiga Valíria.

Quando o rei Jaehaerys Targaryen I, neto de Aegon, encontra-se ao fim da vida, escolhe como seu sucessor Viserys I (Paddy Considine), descendente homem, preterindo a princesa Rhaenys (Eve Best), que seria a primeira na linha de sucessão por direito. É o princípio de uma rusga política que passa a assolar para sempre a sucessão da Casa do Dragão.

Viserys torna-se rei e possui o objetivo de pacificar Westeros. Entretanto, a pressão por um descendente homem o transtorna, e a decisão de nomear sua primogênita, a princesa Rhaenyra (Milly Alcock/Emma D’arcy), como sucessora ao trono, pode causar uma verdadeira ruptura no reino, despertando a cobiça das mais diferentes partes pelo poder – inclusive de seu próprio irmão, o indomável príncipe Daemon Targaryen (Matt Smith).

A sucessão de eventos levará, por fim, à guerra histórica que ficou conhecida em Westeros como A Dança dos Dragões.

ALÉM DE GAME OF THRONES: HOUSE OF THE DRAGON TEM VIDA PRÓPRIA

(Reprodução: House Of The Dragon / HBO)

Repetir a fórmula de GOT, a mais aclamada série televisiva da década passada, poderia atrair tanto benefícios como prejuízos. O saldo, entretanto, foi sem dúvidas mas que positivo: House of The Dragon tem cara própria. E isso não poderia ser melhor.

Tudo o que fez os fãs se apaixonarem por GOT está lá: as cidades de cenografia estupenda, os trajes incríveis e riquíssimos em detalhes, os diálogos ácidos, as violentas batalhas, o pouco pudor e uma narrativa recheada de intrigas e surpresas. Mas a nova série da HBO tem um pézinho a mais na política que sua antecessor (que por outro lado, continha mais ação), e isso dá todo um caráter particular ao spin-off.

A trama é essencialmente centrada nas alianças, conspirações e aspirações ao trono de ferro e sua sucessão. Isso estava presente em GOT, claro, mas lá havia uma (diversas, na verdade), guerra em curso; já em HOTD, a política é a força motriz, e a motivação de cada personagem é o que torna o roteiro tão bem recheado de bons personagens e de reviravoltas muito bem planejadas.

Há duas facções que, ao longo dos episódios, se mostram mais evidentes na liderança pela sucessão do poder. Mas, mesmo em cada uma delas, há diversas nuances que podem ser observadas nos personagens que as compõem. Você pode – e deve – desconfiar dos personagens e suas intenções o tempo todo. E, naturalmente, escolherá lados e protagonistas para torcer.

ATUAÇÕES DE SALTAR OS OLHOS

(Reprodução: House Of The Dragon / HBO)

Esse desenvolvimento da trama, que recebe maior intensidade a cada episódio, não seria possível sem uma evolução decente dos personagens e esta, por sua vez, acaba sendo um enorme diferencial da série. Exceto por Matt Smith e Olivia Cooke (que vive Alicent Hightower na fase adulta), rostos já conhecidos não só das produções britânicas mas também em Hollywood, House of The Dragon apostou em um elenco menos habituado aos grandes holofotes, mas recheado de talentos.

Muito do poderio da série está não só na atuação dos dois atores supracitados, mas especialmente das intérpretes de Rhaenyra, a jovem Milly Alcock e, posteriormente, Emma D’Arcy. Se você não conhecia seus nomes antes de HOTD, não se esquecerá tão facilmente após presenciar o que fizeram como Rhaenyra, elevando a personagem como uma protagonista de enorme sucesso nas séries HBO e conquistando uma legião de fãs na internet ao longo dos dez episódios da série.

E claro, com uma atuação digna de Emmy em um dos últimos episódios, o ator Paddy Considine, que viveu o rei Viserys I, um personagem que evolui absurdamente do início ao final da temporada e desperta no espectador sentimentos dos mais diversos e que, ao fim, o reconhece como um enorme pilar da história de House of The Dragon – muito pela colossal e elogiadíssima atuação de Paddy, que arrancou enormes elogios do próprio R.R. Martin.

E OS DRAGÕES, É CLARO

(Reprodução: House Of The Dragon / HBO)

HOTD também enche os olhos dos fãs com seus inúmeros (e fabulosos) dragões. Se em Game Of Thrones tivemos pouco tempo para desfrutar da presença destas sempre fascinantes criaturas, em HOTD há uma gama enorme delas – dos mais variados tipos.

Somos apresentados nessa primeira temporada a uma parte deles, e como era esperado, eles, de fato, possuem um papel fundamental na dominância de poder daqueles que os controlam. Inclusive, é dos dragões o momento final e mais marcante da temporada de HOTD.

Não deixe de ver nosso post sobre todos os dragões de House Of The Dragon!

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dizer que HOTD surpreende pode ser um exagero, pois o fenômeno de GOT, quando não comete deslizes, já se provou um universo riquíssimo e capaz de oferecer o melhor do entretenimento fantasioso na televisão.

Se há um único ponto que poderia ser visto como passível de apontamento, são as passagens de tempo – que, especialmente nos últimos episódios, dão a sensação de que poderiam explorar melhor os personagens mais novos (como os filhos de Rhaenyra). Há informações, também, que em dados momentos fazem pouco sentido ao espectador que não leu os livros, especialmente no que diz respeito a eventos passados.

Ainda assim, todos os episódios são extremamente bem desenvolvidos e amarram a trama perfeitamente, tornando a narrativa desta primeira temporada concisa e apaixonante do início ao fim.

Só nos resta agora esperar pela segunda temporada. Aliás, veja aqui tudo o que já sabemos sobre.

E você, o que achou da primeira temporada de House of The Dragon? Comente!

ANÁLISE CRÍTICA - NOTA
House of The Dragon
Diego Betioli
Escritor, publicitário, louco por esportes e entretenimento. Autor de A Última Estação (junto com Rodolfo Bezerra) e CEP e um dos fundadores do Meta Galáxia.
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